A Kioxia, empresa que herdou o negócio de memória flash da Toshiba, deveria abrir o capital neste mês. Os actuais accionistas da Kioxia decidiram abandonar este evento, uma vez que os investidores avaliaram os seus activos num máximo de 5,4 mil milhões de dólares, enquanto a Bain Capital esperava pelo menos 10 mil milhões de dólares.
A Reuters noticiou isso no último fim de semana, explicando os motivos da recusa de Kioxia em entrar no mercado de ações público em outubro deste ano. Recorde-se também que em 2018, um consórcio de investidores liderado pela Bain Capital pagou 13,4 mil milhões de dólares pelos activos da Toshiba Memory Corporation, pelo que mesmo um cenário de IPO optimista para os actuais accionistas implicaria o registo de perdas nesta transacção.
A avaliação de ativos de US$ 5,4 bilhões da Kioxia reflete a preocupação dos investidores com a situação atual no mercado de memória NAND. Um representante de um fundo de cobertura citado pela Reuters explicou que embora uma IPO da Kioxia não pareça viável no ambiente atual, a situação pode mudar para melhor até ao final do ano fiscal, que termina em março de 2025.
O boom dos sistemas de inteligência artificial no mercado NAND refletiu-se em menor grau, uma vez que o aumento emergente nos preços das memórias deu lugar à estabilização. Só no próximo ano a necessidade de aumentar a capacidade de armazenamento nos dispositivos clientes devido à disseminação dos sistemas de IA provocará um aumento nos preços deste tipo de memória, segundo analistas da Omdia. A Kioxia continua sendo o terceiro maior fabricante de memória de estado sólido do mundo em receita, com uma participação de 13,8%.