O atraso na construção das fábricas da Intel na Alemanha arruína os planos da União Europeia para alcançar a soberania tecnológica

Esta semana, a administração da Intel anunciou oficialmente que esta empresa americana se absterá, por pelo menos dois anos, de iniciar um projeto para construir duas fábricas avançadas de produção de componentes semicondutores no leste da Alemanha. Este passo poderia minar seriamente a soberania tecnológica da Europa, como observa o Politico.

Fonte da imagem: Intel

Recordemos que desde o ano retrasado, as autoridades da UE têm tentado estimular o desenvolvimento da indústria regional de semicondutores, e até adoptaram a chamada “Lei Europeia dos Chips”, que prevê a atribuição de até 43 mil milhões de euros em subsídios para a construção de novas fábricas de produção de chips na Europa. Até ao final de 2030, as autoridades da UE gostariam de alcançar uma quota de 20% do mercado global de componentes semicondutores avançados em termos de localização da produção na região.

Em 2022, este valor não ultrapassava os 9%, mas se a implementação do programa estagnar, como alertaram representantes da Comissão Europeia em julho deste ano, até ao final da década não crescerá além dos 11,7%. Acrescentemos que o Chanceler Federal Alemão, Olaf Scholz, após a decisão da Intel de atrasar a construção de empresas alemãs, expressou esperança na viabilidade de implementação deste projecto no futuro e no seu apoio financeiro. A Intel pretendia inicialmente gastar cerca de 30 mil milhões de euros na construção de duas empresas em Magdeburg, dos quais pelo menos 10 mil milhões seriam cobertos por subsídios. Uma instalação polaca de embalagem e teste de chips, que a empresa também hesitou em construir, teria exigido cerca de 5 mil milhões de euros em investimento, mas mais de um terço desse valor teria sido coberto por subsídios.

No mês passado, a TSMC lançou cerimoniosamente as bases para uma joint venture na Alemanha, mas não só se limitará a um orçamento de construção de cerca de 10 mil milhões de euros, como também produzirá chips de baixo custo utilizados principalmente na indústria automóvel. Este último na Europa, aliás, não atravessa momentos fáceis, pelo que a viabilidade deste projecto pode ser contestada. Considerando que a Intel abandonou anteriormente a construção de uma fábrica em Itália e de um centro de investigação em França, a iniciativa das autoridades da União Europeia para reanimar a indústria regional de semicondutores pode ser considerada não totalmente bem sucedida nesta fase de implementação.

Vale ressaltar que a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na cerimônia de inauguração da joint venture TSMC na Alemanha no mês passado, mencionou o montante de 115 bilhões de euros que os países do bloco e fontes privadas de capital estão prontos para investir no desenvolvimento da indústria europeia de semicondutores. Ela não especificou em que proporção estes fundos seriam distribuídos entre as fontes de financiamento, mas é altamente provável que o montante de 115 mil milhões de euros combine subsídios governamentais e investimentos privados de empresas. Tendo em conta a futura mudança na composição da Comissão Europeia, as perspectivas de continuação da implementação do plano tornam-se cada vez mais vagas.

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