A história da possível compra pela NVIDIA do desenvolvedor britânico de chips ARM, que pertence ao japonês SoftBank, adquiriu um novo rumo. Enquanto muitos na indústria concordam que o acordo beneficiará muito a NVIDIA, o co-fundador da ARM Hermann Hauser acredita que o acordo pode ser desastroso para o mercado.
Hauser expressou essa opinião em uma entrevista à BBC, onde indicou diretamente que era contra a NVIDIA comprar a ARM. Ao mesmo tempo, ele acrescentou que não tinha esperanças de que o acordo acabasse fracassando.
«Esse é um dos erros fundamentais do modelo de negócios da ARM – a capacidade de comprá-lo por qualquer empresa do mercado. A única vantagem do Softbank era que inicialmente essa empresa não estava envolvida em negócios relacionados ao desenvolvimento de chips. Graças a isso, o ARM sempre se manteve neutro em certa medida. Se ele se tornar parte da NVIDIA, a maioria dos licenciados de tecnologias ARM, concorrentes diretos da NVIDIA, terá que procurar alternativas ”, comentou Hauser.
Os clientes ARM, lembramos, são Intel, Apple, Qualcomm, Huawei, Samsung, TSMC, a própria NVIDIA e muitas outras empresas. De acordo com Hauser, o interesse da SoftBank em vender ARM realmente abre novas oportunidades para o último. Ele acha que o governo britânico deve examinar mais de perto a compra da empresa. Para o último, seria uma grande oportunidade para trazer o desenvolvedor de tecnologia de microeletrônica de Cambridge de volta para casa.
«Uma ótima oportunidade para oferecer à SoftBank o dinheiro necessário, levar a ARM de volta para casa e torná-la uma empresa pública com o apoio do governo britânico ”, acrescentou Hauser.
Ainda não está claro se a NVIDIA poderá comprar a ARM na totalidade ou em parte dos seus ativos, como indicam as últimas notícias. Por outro lado, não há dúvida de que os Verdes são sérios em suas intenções e esperam que um acordo seja alcançado já em agosto. Mas, em qualquer caso, esse acordo certamente despertará o interesse dos reguladores antitruste e ocorrerá somente após uma verificação completa.