Muitas regiões e estados do mundo moderno estão tentando alcançar maior independência na produção de componentes semicondutores, mas o chefe da associação industrial SEMI, Ajit Manocha, está convencido de que sem uma cooperação internacional profunda a indústria não será capaz de se desenvolver. Atingirá um volume de negócios de 1 bilião de dólares por ano no início da próxima década e serão necessários mais dez anos para duplicar esse valor.
A Nikkei Asian Review publica os pensamentos do chefe de uma grande associação industrial que reúne a maioria dos fabricantes de chips do mundo. Segundo Ajit Manochi, a criação de centros regionais de produção de chips é necessária porque ajuda a aumentar a fiabilidade das cadeias de abastecimento de produtos, mas isso não elimina a necessidade de uma cooperação internacional profunda.
A pandemia demonstrou quão vulneráveis estas cadeias de abastecimento podem ser. A escassez de chips na indústria automobilística impediu que ela se desenvolvesse harmoniosamente por dois anos. O próprio chefe da associação naquela época se deparou com o problema de substituir um minúsculo sensor de sua geladeira pessoal e demorou três meses para esperar a entrega dessa peça de reposição.
Ao mesmo tempo, sublinha que os países são altamente dependentes uns dos outros e entre eles existem cinco ou seis grandes intervenientes. O Japão fornece materiais especiais para a produção de chips, os equipamentos vêm da Europa e, em alguns países que fornecem gases inertes, os combates estão em curso, como explicou o chefe da associação SEMI. Não será possível se livrar dessa dependência mútua em pouco tempo, segundo ele.
A diversificação das aplicações de chips, segundo Anochi, suaviza a fase descendente dos ciclos da indústria. Os períodos de crise tornam-se mais curtos e a sua profundidade diminui à medida que diferentes nichos de mercado se equilibram.
Manocha observou que a indústria de semicondutores levou 70 anos para atingir US$ 600 bilhões em vendas anuais, mas atingirá a marca de US$ 1 trilhão nos próximos seis a oito anos, com sistemas de inteligência artificial e a chamada “Internet das Coisas” sendo os principais impulsionadores do crescimento. A computação quântica impulsionará a indústria na próxima década. Atingirá a marca de 2 biliões de dólares em volume de negócios anual dez anos depois de ultrapassar a marca de 1 bilião de dólares, segundo Ajit Manocha. Já este ano terá início uma subida, que demonstrará um aumento do volume de negócios da indústria com base nos resultados do ano em curso.