A empresa japonesa Maruwa, com mais de dois séculos de história no campo da arte cerâmica e na produção de louças de porcelana fina, invadiu literalmente o mercado de componentes para sistemas de refrigeração e circuitos eletrônicos, que são utilizados, inclusive, em data centers e veículos elétricos, de acordo com o Financial Times.
A Maruwa, com sede na província de Aichi, na ilha de Honshu, era anteriormente mais conhecida por seus talheres usados em banquetes tradicionais japoneses. Porém, a partir de então a empresa começou a reorientar o seu negócio para produtos cerâmicos para o setor de TI. Como resultado, o preço das ações da Maruwa quase duplicou no ano passado e atingiu um máximo recorde em abril de 2024. A capitalização da empresa aumentou para US$ 28 bilhões.
Diz-se que a Maruwa produz com sucesso substratos cerâmicos de alta qualidade, que são utilizados, entre outras coisas, em dispositivos de comunicação óptica de alta velocidade. Além disso, a Maruwa é excelente na fabricação de materiais usados para dissipar calor em eletrônicos que operam em temperaturas muito altas, como data centers para aplicações de IA e HPC.
«Esperamos que as comunicações de alta velocidade da próxima geração, incluindo aquelas associadas à IA generativa, se tornem um importante motor de crescimento para o nosso negócio nos próximos anos”, disse Maruwa.
O analista da Goldman Sachs, Mitsuhiro Icho, estima que Maruwa detém cerca de 60% do mercado global de substratos térmicos para transceptores ópticos. De acordo com as previsões, o volume deste mercado atingirá 12,3 mil milhões de dólares até 2027, num contexto de rápido desenvolvimento da IA. Segundo Icho, o principal diferencial competitivo da Maruwa é a experiência acumulada ao longo de sua longa história na produção de cerâmica.
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