O CEO da Cerebras, Andrew Feldman, criticou a NVIDIA por suas tentativas de cumprir as novas restrições de exportação dos EUA para a China, a fim de continuar fornecendo aceleradores de IA para a China. Como relata o The Register, Feldman chamou esse comportamento de “antiamericano” e comparou o gigante da tecnologia a um negociante de armas de IA.

De acordo com Feldman, a NVIDIA literalmente “arma” a China, fornecendo um grande número de aceleradores. Embora a empresa tenha agido dentro da lei, isso não a isenta de responsabilidade moral.

Fonte da imagem: Cerebras

A própria Cerebras também desenvolve chips para sistemas de aprendizado de máquina e outras tarefas que exigem muitos recursos, mas pretende cumprir o “espírito, não a letra” das novas regras introduzidas em outubro pelos Estados Unidos que limitam o fornecimento de equipamentos de IA aos Estados Unidos. As regras já impediam efetivamente Pequim de fornecer aceleradores de ponta desenvolvidos nos Estados Unidos, mas já há rumores de que a NVIDIA está preparando novos produtos para contornar essas restrições. Já fez isso antes, lançando os “degradados” A800 e H800, que agora também estão sujeitos a restrições.

Há rumores de que os chips H20, L20 e L2 são versões de baixo desempenho de variantes mais rápidas enviadas para países não sancionados. A NVIDIA já alertou que novas restrições poderão afetar seus resultados financeiros.

A própria Cerebras assinou este ano um contrato de US$ 900 milhões para construir nove supercomputadores de IA em chips na escala do wafer WSE-2 desenvolvido para a empresa dos Emirados Árabes Unidos G42, que tem sido repetidamente acusada de ligações com estruturas associadas à espionagem, por exemplo, para o benefício das autoridades dos Emirados Árabes Unidos. Nestes casos, a empresa não vê um dilema moral.

A Cerebras decidiu desde o início não fazer negócios com a China e também promete cumprir as recomendações dos órgãos governamentais americanos quanto ao fornecimento de semicondutores ao Oriente Médio. Feldman disse que as empresas não deveriam tentar contornar as restrições. Em particular, a empresa garantiu que seus chips “não fossem enviados para um lugar no Oriente Médio apenas para desaparecer e aparecer em outro lugar onde não deveriam ser enviados”. Como diz Cerebras, quando você tenta quebrar as regras, você parece “antiamericano”.

É claro que não apenas a NVIDIA está tentando contornar as restrições das sanções, mas também, por exemplo, a Intel, que no início deste ano introduziu uma versão enfraquecida da família de aceleradores Habana Gaudi para venda no mercado chinês – no entanto, as últimas restrições parecem também impedir que sejam fornecidos à China. Alguns sinais sobre o desejo de contornar as sanções também vêm da AMD, embora não haja dados exatos sobre quando as vendas começarão ou se começarão.

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