A China, o maior produtor e consumidor mundial de energia solar, enfrenta um problema inesperado – um excesso de electricidade solar que a sua rede não consegue utilizar e armazenar plenamente.

Fonte da imagem: Moritz Kindler/Unsplash

De acordo com um relatório da Reuters publicado recentemente, a China instalou tantos painéis solares que o país simplesmente não consegue consumir ou armazenar a quantidade de eletricidade gerada, mesmo com a ajuda de sistemas de armazenamento.

Fonte da imagem: Reuters

Esta situação forçou as autoridades chinesas a cortar alguns subsídios à indústria solar, levando a um abrandamento na instalação de nova capacidade. No entanto, apesar deste abrandamento, a China ainda está à frente de todos os outros países em termos de volume de comissionamento de nova capacidade de geração solar. Assim, em março de 2024, a capacidade instalada de energia solar da China atingiu 660 GW. Em comparação, os Estados Unidos, que ocupam o segundo lugar no mundo nesta área, tinham 179 GW de centrais solares em funcionamento no final de 2023.

Como observa o Businessinsider, o rápido crescimento da energia solar faz parte da estratégia da China para desenvolver as “novas três indústrias” – energia eólica, energia solar e veículos eléctricos. Contudo, a China enfrenta agora o facto de o seu sistema energético não conseguir acompanhar o elevado crescimento da produção de electricidade.

Especialistas alertam que um excesso de oferta de produção de painéis solares na China pode levar a um excesso de estoque no mercado global e a uma queda nos preços. Assim, o maior fabricante chinês de painéis solares, Longi Green Energy, já anunciou a redução de vários milhares de empregos devido à superprodução e, consequentemente, aos preços baixos.

Para fazer face à situação, a Associação da Indústria Fotovoltaica da China apela à consolidação da indústria, à limitação da concorrência interna e a um maior controlo sobre a capacidade. No entanto, ainda não se sabe se e quando serão tomadas medidas concretas pelo governo para resolver este problema.

Entretanto, apesar das dificuldades internas, a China provavelmente continuará a aumentar as exportações de painéis solares. Isto, por sua vez, causa preocupação nos EUA, na UE e noutros países, que vêem isto como uma ameaça para os seus fabricantes. O Ocidente apela à China para que restrinja as exportações.

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