O Zoom atualizou seus termos de serviço para permitir o treinamento de sua própria IA com base nos dados do usuário. Essa mudança gera polêmica sobre o quão aceitável é usar os dados pessoais dos clientes para treinamento de IA, mesmo que sejam agregados ou anonimizados.

Fonte da imagem: Alexandra_Koch / Pixabay

De acordo com seus termos de serviço atualizados recentemente, o Zoom pretende treinar seus próprios modelos de IA usando dados do usuário. A mudança, efetivada em 27 de julho, confirma o direito da empresa de usar as informações do produto, telemetria e dados de diagnóstico e outros conteúdos ou dados coletados pela empresa. Essa abordagem aos dados do usuário por empresas de tecnologia não é nova, mas os novos termos são um passo importante na estratégia de IA da Zoom.

Os termos do Zoom declaram: “Você consente que o Zoom acesse, use, colete, crie, modifique, distribua, processe, compartilhe, mantenha e armazene dados gerados pelo Serviço para qualquer finalidade, na medida e da maneira permitida pela lei aplicável, incluindo inclusive para fins de desenvolvimento de produtos e serviços, marketing, análise, garantia de qualidade, aprendizado de máquina ou inteligência artificial (inclusive para fins de treinamento e ajuste de algoritmos e modelos), treinamento, teste, melhoria dos Serviços, Software ou outros produtos, serviços e software fornecido pela Zoom ou qualquer combinação dos mesmos, e de acordo com as outras disposições deste Contrato.”

O conteúdo do usuário, como mensagens, arquivos e documentos, não parece se enquadrar nessa categoria. Em uma postagem no blog da empresa, um porta-voz da Zoom elaborou: “Para IA, não usamos áudio, vídeo ou bate-papo sem o consentimento do cliente”. A frase-chave aqui é “sem o consentimento do cliente”.

Em junho, o Zoom introduziu dois novos recursos de IA generativa gratuitamente, uma ferramenta de resumo de reunião e uma ferramenta de mensagem de bate-papo. No entanto, quando esses recursos são ativados, o Zoom solicita que os usuários assinem um formulário de consentimento para treinar seus modelos de IA usando seu conteúdo. Um porta-voz da empresa disse que os usuários do Zoom decidem se devem habilitar recursos generativos de IA e compartilhar conteúdo personalizado com o Zoom para melhorar o produto. “Seu conteúdo é usado exclusivamente para melhorar o desempenho e a precisão desses serviços de IA”, explicou um porta-voz do Zoom em uma postagem no blog.

A atualização dos termos ocorre em meio à crescente preocupação sobre até que ponto a IA deve aprender com dados individuais, não importa o quão agregados ou anonimizados sejam. Ferramentas como ChatGPT – OpenAI, Bard – Google e Bing – Microsoft são treinadas em grandes quantidades de texto ou imagens da Internet. No setor de IA generativa, recentemente foram movidos processos por escritores e artistas que alegam que seus trabalhos foram usados ​​ilegalmente por gigantes da tecnologia para treinar seus modelos de IA.

A atualização dos termos de serviço do Zoom destaca o papel crescente da IA ​​na tecnologia moderna e levanta questões sobre o equilíbrio entre inovação e privacidade de dados. À medida que as empresas se esforçam para melhorar seus serviços com IA, é importante lembrar a necessidade de proteger as informações pessoais dos usuários.

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