A ByteDance (empresa controladora do TikTok) está usando secretamente a tecnologia OpenAI para desenvolver seu próprio modelo concorrente de linguagem grande (LLM), informou The Verge, enfatizando que isso é uma violação direta dos termos de uso das tecnologias OpenAI AI, segundo as quais elas não podem ser usado para desenvolver quaisquer modelos de IA que concorram com os produtos e serviços da empresa.
De acordo com documentos internos da ByteDance revisados pelo The Verge, a API OpenAI foi usada pelo projeto, codinome Project Seed, em quase todas as fases do desenvolvimento do LLM, inclusive para treinamento e avaliação de modelos.
Após a publicação do The Verge, a empresa chinesa considerou necessário emitir um esclarecimento sobre este assunto. A ByteDance admitiu em comunicado ao South China Morning Post que quando começou a explorar o LLM no início deste ano, sua pequena equipe de desenvolvedores usou o serviço OpenAI API em um modelo experimental que não se destinava a um lançamento público. O trabalho no projeto foi interrompido em abril após a introdução de regulamentos sobre o uso de OpenAI, cujos termos proíbem o uso de produtos GPT para desenvolver modelos que concorram com produtos OpenAI.
A ByteDance disse que ainda usa a API OpenAI, juntamente com alguns outros modelos de terceiros, “de forma muito limitada no processo de avaliação/teste, como resultados de benchmarking”. “A ByteDance está licenciada para usar a API OpenAI e está comprometida em cumprir os termos de uso da OpenAI”, afirmou a empresa em comunicado.
No entanto, a OpenAI suspendeu o acesso da ByteDance ao seu serviço. “Embora o uso de nossa API pela ByteDance tenha sido mínimo, suspendemos sua conta enquanto se aguarda uma investigação”, disse OpenAI em comunicado enviado ao Verge. A OpenAI alertou que se o uso da API OpenAI por uma empresa chinesa for considerado inconsistente com seus termos e condições, ela será solicitada a fazer as alterações necessárias ou encerrar sua conta.
Atualmente há um boom no desenvolvimento de LLM na China. Até Julho deste ano, pelo menos 130 LLMs tinham sido emitidos por empresas e institutos de investigação locais. A este respeito, o fundador e CEO do Baidu, Robin Li, disse que o país tem muitos modelos básicos de inteligência artificial, o que é um “enorme desperdício de recursos”.