A China pretende ser a primeira a entregar amostras de Marte à Terra. Os EUA e a Europa estão atolados no desenvolvimento de uma missão de recolha de amostras, assumindo uma tarefa mais complexa do que a que os chineses planeiam realizar. Isto dá à China a oportunidade de entregar amostras do Planeta Vermelho em 2031 – dois a três anos antes da NASA e da ESA. Em particular, a China já testou um protótipo de unidade orbital para capturar um contêiner com amostras marcianas.
Um grupo de cientistas chineses publicou um artigo na última edição da revista *China Space Science and Technology*, no qual falava sobre testar um módulo protótipo para capturar um contêiner com amostras. Trata-se de um pequeno bloco de 12 kg, que ficará de serviço como parte do módulo orbital na órbita de Marte, aguardando que um contêiner com amostras da superfície do planeta seja entregue ao espaço. O recipiente será pequeno – do tamanho de uma lata grande de café. Espera-se que o módulo de pouso na superfície de Marte colete até 500 gramas de amostras.
O tamanho do contêiner e o volume de solo que ele contém são limitados pela potência de lançamento permitida do foguete retornado. O foguete não pode ser muito grande e poderoso, pois terá que superar a gravidade marciana. No processo de aproximação do módulo orbital, o contêiner será de alguma forma enviado em sua direção, e a tarefa do módulo de captura será capturar o contêiner em qualquer orientação no espaço. O protótipo, segundo os desenvolvedores, conseguiu capturar o contêiner em diferentes orientações em relação ao módulo.
Após a captura, o contêiner será transferido para o veículo de retorno, que o entregará à Terra. A China planeja iniciar a missão em 2028 e sua duração será de 3 anos. Dois foguetes serão enviados a Marte: um levará o módulo de pouso, módulo de retorno e equipamentos para coleta de amostras no local de pouso; o outro é um módulo orbital com uma unidade de captura e um veículo de reentrada. Além disso, existe a opção de coletar amostras longe do local de pouso por meio de um helicóptero e um pequeno rover.
A missão de retorno de amostras de Marte da NASA e da ESA envolve coletar os tubos na superfície do planeta ou transportá-los pelo rover Perseverance até um destino para serem carregados em um foguete. Um recipiente do tamanho de uma bola de basquete é fornecido para essa finalidade. Os materiais coletados pelo rover serão muito mais ricos do que as amostras chinesas, mas a questão de sua entrega bem-sucedida à Terra permanece em questão. A missão está atrasada e o seu custo aumentou significativamente. A NASA recorreu a empresas privadas em busca de ajuda para salvar o programa, mas até agora nenhuma resposta clara foi recebida.