Depois de passar este verão por uma estreita passagem de areia, o rover Curiosity chegou ao “complexo de sulfato” – uma área do Monte Aeolis (Sharp), rica em sais minerais. Os cientistas sugerem que esses depósitos foram deixados depois que os reservatórios marcianos secaram bilhões de anos atrás. Então, aqui vale a pena procurar pistas de como e por que o clima do planeta mudou de semelhante à terra para o deserto que Marte se tornou agora.

Bolívar Hill e cumes arenosos adjacentes, fotografados em 23 de agosto. Fonte da imagem: mars.nasa.gov

Depósitos minerais nesta área foram descobertos pela Mars Reconnaissance Orbiter alguns anos antes do Curiosity pousar no planeta em 2012, e os cientistas estão esperando por um olhar mais atento nesta área. O rover encontrou várias rochas aqui, indicando a presença de corpos d’água, incluindo sais minerais como sulfato de magnésio, sulfato de cálcio e cloreto de sódio.

Imagem panorâmica do passo de Paraitepuy, tirada em 14 de agosto de 2022

O Rock Canaima foi escolhido para amostrar a 36ª amostra de solo, e trabalhar com ela acabou sendo uma tarefa difícil, pois era preciso levar em conta as condições do equipamento do rover. Nos últimos anos, o mecanismo de impacto na broca sofreu um desgaste significativo e agora seu recurso deve ser economizado. Mas desta vez, apenas a broca foi suficiente. Os cientistas aguardam agora a oportunidade de realizar uma análise preliminar da amostra usando instrumentos a bordo do Curiosity.

Todas as 36 cercas de amostra marcianas feitas pelo Curiosity

A viagem para a região rica em minerais passou por terrenos difíceis: em agosto, foi preciso vencer a passagem arenosa de Paraitepuy entre altas colinas – o rover chegou ao seu destino por mais de um mês. A ameaça ao Curiosity não são apenas rochas afiadas, que podem danificar diretamente as rodas, mas também areia, na qual o dispositivo pode ficar preso, perdendo tração, por isso o rover foi movido com muito cuidado.

36ª amostra de solo marciano coletada pelo Curiosity

Além disso, colinas bloqueavam parte do céu e o rover teve que direcionar cuidadosamente suas antenas para monitorar as comunicações com os orbitadores que atuavam como repetidores. Mas em 14 de agosto, os cientistas conseguiram tirar uma foto panorâmica impressionante com a câmera Mastcam. No entanto, as novas condições estão longe de ser ideais: em terreno rochoso é mais difícil encontrar um lugar onde todas as seis rodas fiquem seguras em uma superfície dura e, sem isso, é perigoso implantar o manipulador.

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