A agência de defesa americana DARPA preparou um concurso para o desenvolvimento de um programa interno de segurança cognitiva (ICS – Intrinsic Cognitive Security). Ele será projetado para proteger fones de ouvido militares de realidade mista de ataques cibernéticos direcionados diretamente aos sentidos dos soldados.

Fonte da imagem: microsoft.com

O departamento define ataques cognitivos como ações maliciosas que “exploram a estreita conexão entre o usuário e o equipamento de realidade mista”. Eles têm muito em comum com os ataques cibernéticos tradicionais que causam sobrecarga técnica de recursos, integração de dados redundantes ou falha de componentes de rede. Apenas o próprio usuário é objeto de um ataque cognitivo e, para realizá-lo, objetos estranhos que atrapalham a visão podem ser exibidos na tela de um fone de ouvido de realidade mista e dados do sistema de rastreamento da direção dos olhos podem ser interceptados – uma espécie de análogo de um keylogger. Assim, um fone de ouvido que sofre ataque exibe informações não confiáveis ​​ao usuário, ou ainda provoca náuseas e outros sinais de mal-estar, ou seja, pode incapacitar completamente o soldado.

A DARPA propõe combater tais ataques utilizando métodos formais. Um sistema de segurança deve “fornecer um meio de explorar simbolicamente o espaço digital (usando hardware ou software) e introduzir uma correção ou propriedade de segurança que seja verdadeira para todos os dados possíveis de entrada”. Para isso, a DARPA propõe construir modelos matemáticos dos mecanismos cognitivos de “percepção, ação, memória e raciocínio humanos” e, com base neles, estabelecer como criar alguma forma de proteção universal contra ataques cognitivos.

As preocupações da DARPA são bem fundamentadas: no ano passado, testes de uma versão militar de um fone de ouvido de realidade mista baseado no Microsoft HoloLens descobriram que ele causava dores de cabeça, cansaço visual e náusea em militares em poucas horas. A nova versão do fone de ouvido corrige esses problemas, mas é necessária proteção contra ataques. Dado que o trabalho no programa DARPA ICS ainda não começou, os militares americanos que participam em mais testes do HoloLens ainda não poderão contar com mecanismos de proteção cognitiva.

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