Trabalhadores que constroem uma fábrica para a fabricante taiwanesa de semicondutores TSMC, no Arizona, dizem que a construção está atrasada devido à má gestão e ao caos administrativo na gestão do cliente, escreve o Business Insider. A TSMC rejeita esta posição.

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Em julho, a TSMC disse que o lançamento da fábrica provavelmente teria de ser adiado para 2025, e a empresa atribuiu parte da culpa à falta de trabalhadores americanos qualificados. Para remediar a situação, a empresa procura vistos para 500 trabalhadores taiwaneses que ajudarão na construção e formação no local, que emprega 12 mil pessoas. Em resposta, o Arizona Pipe Trades 469 Union, que representa mais de 4.000 trabalhadores de tubulações, encanadores, soldadores e trabalhadores de HVAC, lançou uma petição pedindo aos legisladores dos EUA que negassem esses vistos. Segundo a organização, a TSMC distorceu deliberadamente a situação com as habilidades que os trabalhadores do Arizona possuem e substituí-los por mão de obra taiwanesa mais barata é inaceitável. Na TSMC, pelo contrário, garantem

Um trabalhador norte-americano no local insiste que o atraso se deve à equipa de gestão do cliente, que simplesmente não aloca os recursos necessários aos empreiteiros. Ele tem algo com que se comparar – ele trabalhou anteriormente em uma instalação da Intel. Ao contrário da gigante americana da eletrônica, a administração da TSMC simplesmente encomenda o que deseja obter, sem fornecer aos construtores quaisquer desenhos ou planos. Em vez disso, você terá que navegar por e-mails e imagens com marcas que não são fáceis de decifrar. A principal controvérsia resume-se às diferenças culturais: os trabalhadores americanos culpam a TSMC pelos problemas de gestão, e a TSMC diz que os trabalhadores americanos são difíceis de gerir.

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Contudo, os empreiteiros locais acumularam muitas outras reclamações contra os clientes taiwaneses: falta de materiais, que por vezes têm de esperar vários dias; falta de coordenação entre especialistas de diferentes perfis; violações sistemáticas dos códigos de construção – a instalação está sendo construída de acordo com as necessidades do cliente, mas os empreiteiros não querem assinar atos sobre a obra realizada, por ser ilegal; finalmente, a negligência das precauções de segurança – uma carga de vários centners pode pairar sobre as cabeças dos trabalhadores, e especialistas taiwaneses andam pelas instalações com tênis, sem usar óculos de proteção ou luvas. O lado taiwanês, pelo contrário, garante que realiza regularmente inspeções de segurança e que as violações registadas nas instalações são 80% menos do que em todo o país.

Os trabalhadores americanos têm dúvidas sobre a organização da construção. É preciso esperar até uma hora na fila para a entrega do equipamento de proteção, após o que ele pode não caber no tamanho, e o cabide do vestiário ficará ocupado por outra pessoa. Além disso, o trânsito não está devidamente organizado no estacionamento local. Finalmente, as afirmações da TSMC sobre as qualificações dos trabalhadores americanos, segundo este último, não resistem às críticas: os taiwaneses não especificaram nem uma vez que tipo de competências faltam aos empreiteiros americanos, e ninguém sequer pensou em treiná-los. “Não somos contra os trabalhadores taiwaneses nem nada. Somos contra a TSMC. O problema é a TSMC”, finalizou uma das construtoras.

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