O governo dos EUA está a pressionar os seus aliados, incluindo os Países Baixos, a Alemanha, a Coreia do Sul e o Japão, para reforçarem ainda mais as restrições ao acesso da China à tecnologia de semicondutores. Bloomberg escreve sobre isto, citando fontes informadas, que observam que nem todos os países apoiam a insistência das autoridades americanas.

Fonte da imagem: Micron Technology

O relatório afirma que a última medida da administração dos EUA visa colmatar lacunas nos controlos de exportação que foram gradualmente reforçados ao longo dos últimos dois anos, bem como limitar a capacidade da China de desenvolver a produção doméstica de chips. Por exemplo, os Estados Unidos apelaram aos Países Baixos para proibirem a ASML Holding NV de prestar assistência e reparar equipamentos de produção de chips adquiridos por clientes chineses, mesmo antes de a proibição da venda de tais equipamentos ao Reino Médio entrar em vigor. Os EUA também estão a pressionar as empresas japonesas a limitarem as exportações para a China de especialidades químicas necessárias para fabricar chips, incluindo fotorresistentes, cujos maiores fabricantes estão sediados no Japão.

O relatório afirma que a Holanda e o Japão responderam friamente à pressão das autoridades dos EUA, afirmando que queriam avaliar o impacto das restrições já em vigor antes de considerarem medidas mais duras. A questão do aumento das restrições foi levantada por funcionários do Departamento de Comércio dos EUA durante uma reunião de controle de exportação em Tóquio no mês passado, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. Representantes da ASML, do Ministério do Comércio Holandês, do Ministério da Economia, Comércio e Indústria Japonês, do Ministério do Comércio e do Conselho de Segurança Nacional dos EUA abstiveram-se até agora de comentar esta questão.

A administração presidencial dos EUA pretende reforçar as medidas restritivas contra a indústria chinesa de semicondutores a partir de 2022. No entanto, ainda existem lacunas. Isto é especialmente verdadeiro porque as empresas chinesas ainda recorrem aos serviços de engenheiros japoneses e holandeses para reparar equipamentos semicondutores e também têm a oportunidade de adquirir peças sobressalentes para essas máquinas.

O relatório afirma ainda que os Estados Unidos querem envolver mais países no bloqueio tecnológico da China. As autoridades americanas estão a pressionar a Alemanha e a Coreia do Sul a introduzirem restrições semelhantes às já introduzidas pelo Japão e pelos Países Baixos. Isso ocorre porque todos os quatro países possuem fabricantes de componentes essenciais para a indústria de semicondutores. Na Alemanha, um dos principais fabricantes nesta área é a Carl Zeiss AG, fabricante especializada de componentes ópticos que fornece os seus produtos à ASML. Os Estados Unidos querem que as autoridades alemãs pressionem a Zeiss para que obrigue o fabricante a parar de fornecer componentes ópticos para equipamentos semicondutores à China. Os EUA também mantiveram conversações com a Coreia do Sul sobre os controles à exportação de chips e peças para equipamentos de fabricação de chips. Segundo a fonte, representantes dos dois países iniciaram no mês passado um diálogo estruturado sobre esta questão.

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