A Microsoft decidiu introduzir um novo paradigma para o processamento de dados em jogos – “convergência total” da plataforma de jogos em nuvem e hardware local, resultando no lançamento de “jogos em nuvem híbrida”. Informações sobre isso foram divulgadas como parte do julgamento entre a Microsoft e a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC), que tentou bloquear o acordo de compra da Activision Blizzard.

Fonte da imagem: theverge.com

«Nossa visão é desenvolver uma plataforma de jogos híbrida de próxima geração que aproveite o poder combinado do cliente e da nuvem para oferecer uma imersão mais profunda e experiências de jogo totalmente novas”, de acordo com a apresentação “Next Generation Gaming at Microsoft” de maio de 2022. A ideia é ter os dados do jogo processados ​​paralelamente pela plataforma de nuvem xCloud e pelo dispositivo do usuário por menos de US$ 99. O avanço da empresa nessa direção foi o jogo Microsoft Flight Simulator com conexão direta com materiais reais de filmagem em um armazenamento em nuvem de 2 PB. A Microsoft decidiu desenvolver essa ideia no programa de “computação híbrida coerente” – é descrito como “uma arquitetura de silício, gráficos e sistema operacional de ponta na nuvem que fornece experiências de jogos onipresentes”.

A Microsoft já traçou o caminho para implementação do projeto. Este é mais um acordo de parceria com a AMD, que estava previsto para ser concluído no primeiro trimestre deste ano – tem como objeto a arquitetura gráfica Navi 5 (o Navi 3 é relevante hoje) e a arquitetura do processador central Zen 6, embora para este último um alternativa na forma de Arm também está sendo considerada. A Microsoft também está considerando integrar um NPU (coprocessador de IA) que ajudará no dimensionamento de imagens, compensação de latência, interpolação de taxa de quadros e outras tarefas.

O desenvolvimento de hardware está planejado para começar em 2024, o desenvolvimento dos primeiros jogos em nuvem híbrida começará em 2024–2026 e os kits de desenvolvimento aparecerão em 2027. Antes disso, a empresa terá que decidir sobre a arquitetura de hardware e sistema operacional da plataforma local de processamento de dados, bem como determinar entre quais departamentos distribuirá a solução para o problema. O assunto foi discutido em maio do ano passado e o andamento do projeto ainda é desconhecido – ele pode até ser cancelado.

A ideia nasceu em uma reunião da alta administração da Microsoft, que contou com a presença do CEO da empresa, Satya Nadella, do chefe da divisão Xbox, Phil Spencer, do já demitido chefe das divisões Windows e Surface, Panos Panay, do vice-presidente corporativo do xCloud Kareem Choudhry e outros gestores de topo. “Estamos desenvolvendo quatro tipos de computadores: totalmente em nuvem, Xbox híbrido, Windows híbrido e HoloLens híbrido. Precisamos unir os especialistas em sistemas da empresa para formar uma visão única. Não podemos pular de uma grande ideia para outra. Precisamos de uma grande ideia para unir a empresa”, concluiu Nadella.

Um elemento-chave da nova estratégia acaba por ser o controlador de jogo, diz outro documento denominado “Roteiro para 2030”, também datado de maio de 2022. “Um novo controle do Xbox é a única coisa que você precisa para jogar em todos os dispositivos”, disse a Microsoft. O mesmo documento descreve um novo controlador, de codinome Sebile, com conexão direta à nuvem, além de suporte para Xbox Wireless e Bluetooth. São fornecidos esboços de um “controlador de uma mão” e de um “controlador móvel”, e é declarada a intenção da Microsoft de desenvolver de forma independente um teclado e mouse para jogos. Além do Sebile e do console Xbox Series X atualizado, de codinome Brooklin, fala-se do projeto Cloud Console (Keystone), que já recebeu financiamento.

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