O governo Donald Trump aumentou o envolvimento do governo em setores estrategicamente importantes, adquirindo participações na empresa americana Intel e na mineradora canadense Trilogy Metals. Segundo o Financial Times, isso foi feito para garantir a soberania tecnológica dos EUA e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros de componentes críticos.
Fonte da imagem: Intel
Em fevereiro, o presidente Donald Trump instruiu os secretários do Tesouro e do Comércio a desenvolverem um plano para estabelecer um fundo soberano dos EUA. Embora tal fundo ainda não tenha sido estabelecido, a aquisição, em agosto, de uma participação de 10% na fabricante de chips Intel demonstrou o envolvimento ativo do governo em setores industriais críticos para a segurança nacional. O secretário do Comércio, Howard Lutnick, no entanto, declarou no final de setembro que o objetivo era retornar a fabricação de chips aos Estados Unidos.
O acordo do governo Trump com a Intel, que envolveu a troca de subsídios governamentais por participação acionária na empresa, serviu a três funções, cada uma das quais lança luz sobre a evolução da estratégia industrial americana. Primeiro, enviou um sinal ao mercado do comprometimento dos EUA com as perspectivas de longo prazo da Intel — a única empresa nacional capaz de competir com a taiwanesa TSMC e a sul-coreana Samsung na fabricação de chips.
Segundo, a participação funcionou como um amortecedor, impedindo a Intel de sair completamente do setor manufatureiro. Como a TSMC domina o mercado, particularmente em chips avançados de inteligência artificial (IA), Wall Street pode recomendar que a Intel se concentre exclusivamente no design de chips. No entanto, a saída da empresa da produção minaria os esforços do governo para fortalecer a produção nacional de chips em prol da estabilidade da cadeia de suprimentos.
Em terceiro lugar, o acordo com a Intel visava claramente estimular novas parcerias público-privadas.Notavelmente, poucos dias após a aquisição da participação do governo, o SoftBank do Japão anunciou um investimento de US$ 2 bilhões na Intel, seguido por uma parceria de US$ 5 bilhões com a Nvidia em design e fabricação de chips. No entanto, mesmo os US$ 8,9 bilhões do governo dos EUA, combinados com os US$ 2 bilhões do SoftBank, não cobrem totalmente as necessidades de financiamento da Intel para expandir sua capacidade de produção de chips de IA. Analistas estimam que a empresa pode precisar investir US$ 10 bilhões anualmente nos próximos cinco anos para produzir chips avançados com sucesso. Além disso, apesar do apoio do governo, a Intel continua enfrentando desafios significativos, como atrasos na abertura de uma nova fábrica em Ohio devido a dificuldades financeiras e à falta de pedidos de chips de IA de grandes clientes.
Nesse contexto, os esforços de Washington, de acordo com o Financial Times, parecem fragmentados em comparação com o modelo sistêmico da China, onde o Fundo Nacional de Investimento em Circuitos Integrados (NICIIF) está focado no desenvolvimento de um ecossistema doméstico de semicondutores. Assim, graças aos investimentos maciços na SMIC, Pequim já garantiu a produção de chips de IA avançados para a Huawei e pretende competir com a TSMC.
Mas pelo menos ambas as superpotências chegaram a uma conclusão comum: o futuro dos microchips não pode ser confiado a fornecedores externos. A soberania tecnológica tornou-se seu objetivo, alcançado por meio de estratégias semelhantes, ainda que com matizes nacionais, de intervenção estatal.
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