Apesar das restrições dos EUA, o mercado chinês está inundado com chips Nvidia AI

Apesar das restrições à exportação impostas por Washington, os chips de IA de ponta da Nvidia, como o A100 e o H100, estão facilmente chegando ao mercado chinês e estão disponíveis a preços mais baixos do que nos EUA. Uma investigação do Financial Times descobriu que pequenos provedores de nuvem chineses estão oferecendo aluguel de servidores com oito Nvidia A100 por cerca de US$ 6/hora, enquanto serviços semelhantes nos EUA custam cerca de US$ 10/hora ou mais.

Fonte da imagem: Mariia Shalabaieva/Unsplash

Os baixos preços de aluguel de servidores apontam para a abundância de chips Nvidia no mercado chinês e formas de contornar as restrições dos EUA destinadas a impedir o acesso a tecnologia de ponta. Os chips A100 e H100 são os aceleradores de IA mais poderosos usados ​​para treinar grandes modelos de linguagem (LLMs) atualmente, e apesar do A100 ter sido proibido de exportar para a China e do H100 não ter sido aprovado para venda, os chips permanecem disponíveis para startups e revendedores locais.

Ao mesmo tempo, grandes operadoras de nuvem chinesas, como Alibaba e ByteDance, oferecem aluguel de servidores com chips Nvidia a preços duas a três vezes superiores aos preços de pequenos provedores. Após a aplicação dos descontos, os preços ainda são comparáveis ​​aos preços da Amazon Web Services (AWS), que variam de US$ 15 a US$ 32 por hora. Como observou um dos fundadores da startup, “os grandes players precisam se preocupar com a conformidade e, portanto, estão em desvantagem porque não podem usar chips contrabandeados”.

Segundo especialistas, existem mais de 100 mil Nvidia H100 na China. O tamanho relativamente pequeno dos chips torna-os mais fáceis de contrabandear através das fronteiras, minando os esforços de Washington para conter o desenvolvimento da IA ​​na China. O chefe de uma pequena empresa chinesa de computação em nuvem observou que os baixos custos internos ajudam a compensar os preços mais elevados que os fornecedores pagam pelo contrabando. “Os engenheiros são baratos e a eletricidade é barata…” explicou.

A Nvidia afirma que vende chips “principalmente para parceiros oficiais”, garantindo que todas as vendas cumpram os controles de exportação dos EUA. A empresa reconhece a existência de mercado para aceleradores usados, mas promete tomar medidas caso sejam detectadas violações de controle de exportação.

Em geral, os especialistas duvidam da eficácia das sanções americanas fora dos Estados Unidos, uma vez que os esquemas para contornar as restrições incluem a criação de empresas de fachada em terceiros países, o que torna difícil rastrear o destinatário final. “É difícil impor totalmente os controlos de exportação para além das fronteiras dos EUA”, disse o Financial Times, citando um especialista em sanções dos EUA. Assim, enquanto Washington tenta limitar o acesso da China a tecnologias avançadas, as empresas chinesas continuam a beneficiar dos chips Nvidia.

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