Uma atitude cautelosa em relação às contrapartes chinesas é inerente não apenas às autoridades americanas, mas também a seus associados europeus. Foi o desejo de proteger a economia nacional da influência de investidores chineses que obrigou as autoridades alemãs a bloquear imediatamente duas transações de transferência de ativos industriais para empresas controladas pela China. Como resultado, a Elmos e a ERS Electronic perderão a oportunidade de receber apoio financeiro de parceiros chineses.
O destino do negócio entre a “condicionalmente sueca” Silex e a empresa alemã Elmos já foi divulgado ontem. As autoridades alemãs não gostaram que o comprador nesta transação seja controlado pela empresa chinesa Sai Microelectronics e, como resultado, a venda dos ativos da Elmos não ocorreu. Um acordo envolvendo a fabricante de equipamentos de teste de componentes eletrônicos da Baviera ERS Electronic, que contava com investimentos de uma empresa privada chinesa, também foi bloqueado, observa a Reuters.
A Sai Microelectronics, que perdeu a oportunidade de comprar a unidade de Elmos na Alemanha, expressou arrependimento e disposição para buscar outras formas de fortalecer sua posição no segmento de semicondutores automotivos. O ministro da Economia, Robert Habeck, disse que as autoridades alemãs pretendem analisar cuidadosamente as fusões e aquisições para garantir que a tecnologia na área de infraestrutura importante não flua para fora da União Europeia. “Particularmente no setor de semicondutores, é importante para nós proteger a soberania tecnológica e econômica da Alemanha e da Europa. Ao mesmo tempo, a Alemanha continuará aberta ao investimento, mas não será ingênua”, explicou o funcionário.
Segundo o ministro alemão, a China está tentando ter acesso tanto a conhecimentos valiosos quanto a ativos produtivos, especialmente na área de componentes semicondutores e microeletrônica. Os porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores da China disseram que “todos os países, incluindo a Alemanha, devem garantir condições normais para a operação das empresas chinesas sem qualquer discriminação e evitar a politização da cooperação econômica e comercial, sem mencionar o protecionismo excessivo com base na segurança nacional”.