Durante grande parte dos seus mais de 100 anos de história, a Toshiba foi considerada uma empresa pública, uma vez que as suas ações puderam ser compradas e vendidas na Bolsa de Valores de Tóquio durante os últimos 74 anos. Em menos de um mês, as ações da Toshiba sairão do mercado como parte da privatização planeada, mas os investidores institucionais estão a considerar a opção de devolvê-las dentro de alguns anos.

Fonte da imagem: Toshiba

O Nikkei Asian Review descreveu em detalhes as circunstâncias do fechamento das ações da Toshiba agendado para 20 de dezembro. A data foi definida em assembleia de acionistas, que tomou a decisão correspondente na última quarta-feira. A privatização está sendo realizada sob a liderança do fundo de investimento Japan Industrial Partners, que junto com seus parceiros gastou cerca de US$ 13,4 bilhões para comprar ações da Toshiba. Pouco menos da metade desse valor foi fornecido por um consórcio de mais de 20 empresas, muitos dos quais estão interessados ​​em cooperar com a Toshiba nas suas principais áreas de actividade.

Por exemplo, o fabricante japonês de electrónica de potência Rohm, que pagou aproximadamente 2 mil milhões de dólares por uma participação na Toshiba, está interessado em colaborar com a empresa japonesa na produção de produtos semicondutores e em entrar no mercado de componentes para veículos eléctricos. A contribuição da Suzuki Motor acabou por ser muito mais modesta, mas este investidor está interessado na tecnologia de baterias de tracção. A empresa de energia Chubu Electric Power, que investiu cerca de 700 milhões de dólares na privatização da Toshiba, está interessada em software para a indústria energética, bem como em partilhar experiências no domínio da energia nuclear.

Cinco bancos japoneses contribuíram com dois terços do montante necessário para privatizar a Toshiba. A corporação poderá gastar cerca de US$ 1,34 bilhão em recursos recebidos de investidores para repor o capital de giro. Mais da metade dos recursos necessários para recomprar ações são emprestados e a própria Toshiba será responsável pelo seu retorno. É possível que no futuro, para poder pagar estes empréstimos, a empresa tenha de se desfazer de alguns activos e empreender uma reestruturação empresarial. O próprio fundo de investimento JIP gostaria de devolver as ações da Toshiba ao mercado de ações nos próximos cinco anos, mas antes disso os negócios da empresa terão de ser seriamente melhorados.

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