A Neuralink, empresa que há muito busca o direito de iniciar testes clínicos em humanos, já realizou este ano a primeira operação para implantar um implante no cérebro de um paciente que lhe permite interagir com um computador. Anteriormente, foi relatado que no total este ano tais operações seriam realizadas em 11 pacientes voluntários.

Fonte da imagem: Neuralink

Na maioria dos casos, as pessoas são levadas a correr esse risco por deficiências motoras graves que não lhes permitem mover os membros de forma independente. A Neuralink espera configurar a interface entre o cérebro humano e um computador para que os pacientes possam controlar efetivamente próteses biônicas ou exoesqueletos e, idealmente, começar a mover seus próprios membros.

Ontem, Elon Musk admitiu nas páginas da sua rede social X que a primeira pessoa recebeu um implante Neuralink e agora está se recuperando da cirurgia. Lembremos que um pequeno implante cilíndrico é instalado em um orifício no crânio humano e conectado ao cérebro com os eletrodos mais finos. De acordo com o plano da empresa, robôs especializados deverão realizar essas operações. Elon Musk acrescentou que os primeiros resultados são animadores, uma vez que o implante já é capaz de registar a atividade dos neurónios do paciente.

A empresa já criou um nome para seu implante, que planeja produzir em massa se os testes clínicos forem bem-sucedidos. Chamada de Telepatia, permitiria a uma pessoa controlar um smartphone ou computador, ou qualquer outro dispositivo, “literalmente com o poder do pensamento”. O objetivo da startup, segundo Musk, é ajudar pessoas com distúrbios graves na interação do cérebro com o sistema nervoso. “Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um digitador experiente consegue digitar ou um leiloeiro consegue pronunciar palavras”, deu o exemplo do chefe da empresa.

Lembremos que nas etapas anteriores de testes, a solução Neuralink foi usada por macacos experimentais para controlar objetos em jogos de computador por meio de sinais cerebrais. Um macaco com um chip implantado, por exemplo, jogava pingue-pongue na tela de um computador. A empresa inicialmente queria passar a testar o implante em humanos até o final de 2019, mas a permissão só foi obtida no passado. Os eletrodos que penetram no córtex cerebral do paciente têm menos de 2 milímetros de profundidade, mas isso é mais do que a maioria das soluções concorrentes. Normalmente leva cerca de seis meses para testar os implantes no primeiro grupo de cinco ou dez pacientes. Se tudo correr bem nesta fase, a empresa poderá ampliar seus testes. Os consultores científicos da Neuralink dizem que levará anos até que os implantes cerebrais da empresa sejam aprovados para uso em massa.

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