A mídia japonesa disse na semana passada que a fabricante contratada de eletrônicos Pegatron Technology estava tendo problemas para obter componentes de Taiwan para operar a fábrica chinesa, já que as autoridades chinesas começaram a atrasar produtos que mencionam a independência da ilha em embalagens e documentos. Representantes da Pegatron tiveram que dizer que nada disso aconteceu.
Recorde-se que os meios de comunicação social asiáticos ficaram tentados a jogar uma nova cartada política após a visita da Presidente do Parlamento dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan na semana passada, onde foram feitas várias declarações sobre a intenção de reforçar a cooperação entre os Estados Unidos e a ilha rebelde, do ponto de vista das autoridades chinesas. De acordo com relatos da mídia, no dia seguinte, a fábrica da Pegatron em Suzhou teve dificuldade em receber mercadorias importadas de Taiwan. A embalagem e a documentação de acompanhamento dessas remessas não devem conter nenhuma menção a Taiwan como tal ou à “República da China” (ROC), como também é chamada pelos países que reconhecem a independência das ilhas. Esta regra está em vigor na China há muito tempo, mas as autoridades locais, segundo relatos da mídia, lembraram a necessidade de cumpri-la exatamente após a visita de um funcionário americano a Taiwan.
Como explica o The Register com referência a uma declaração oficial dos representantes da Pegatron Technology publicada no site da Bolsa de Valores de Taiwan, a empresa continua operando na China como de costume, sem restrições de fornecimento ou produção.
Aliás, a Pegatron não foi a única empresa taiwanesa envolvida nos escândalos provocados pela visita de Nancy Pelosi à ilha. O fundador da segunda maior fabricante de chips contratados de Taiwan, a UMC, criticou a atividade militar da China durante a visita de uma autoridade americana à ilha e pediu até US$ 100 milhões para fortalecer a capacidade de defesa de Taiwan. Robert Tsao chamou o Partido Comunista Chinês de “hooligan” em geral. A atual gestão da UMC teve mesmo de explicar aos meios de comunicação social chineses que Robert Cao não está envolvido na gestão da UMC há mais de dez anos e não deve estar associado à gestão da empresa.
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