Entre dezembro de 2024 e maio de 2025, a SpaceX desorbitou 472 satélites Starlink. Todos os veículos foram queimados na atmosfera terrestre como parte de um descarte rotineiro de equipamentos obsoletos. Cientistas alertaram para os potenciais riscos ambientais associados a essa desorbitação em massa de satélites.

Fonte da imagem: Starlink

Esses dados foram refletidos em um novo relatório apresentado pela SpaceX à Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC). Nos 6 meses anteriores, a empresa desorbitou apenas 73 dispositivos. Assim, a taxa de descarte aumentou mais de 6 vezes, o que se tornou um recorde em toda a história do programa Starlink. Em média, a SpaceX desorbitou cerca de 2,6 satélites por dia. Todos os dispositivos queimaram na atmosfera, mas em fevereiro de 2025, a empresa admitiu que fragmentos individuais ainda atingem a superfície da Terra. Assim, em abril, foi registrado um caso de um fragmento de alumínio pesando 2,5 kg caindo perto de uma fazenda na província canadense de Alberta. Apesar disso, a SpaceX afirma que a probabilidade de danos a uma pessoa permanece extremamente baixa – menos de um caso em 100 milhões.

O gráfico mostra um aumento acentuado no número de satélites Starlink em desorbitação, com pico no primeiro e segundo trimestres de 2025. Crédito da imagem: Jonathan McDowell

Dos 472 satélites desorbitados durante o período, 430 eram satélites de primeira geração, lançados desde 2019. Embora esses satélites tenham uma vida útil de cinco anos, a maioria foi desativada precocemente. A SpaceX não comentou os motivos do descomissionamento acelerado. De acordo com o astrônomo Jonathan McDowell, que monitora lançamentos de satélites, a empresa estava desativando de quatro a cinco satélites por dia em janeiro de 2025. O ritmo de descomissionamento diminuiu desde então, mas ele estima que ainda haverá cerca de 200 satélites antigos restantes até julho.

A constelação de satélites Starlink conta atualmente com quase 8.000 satélites, tornando-se a maior da história. Cientistas temem que, ao queimarem satélites na atmosfera, eles criem compostos químicos, incluindo óxidos de alumínio, que podem impactar a camada de ozônio e o clima do planeta. A pesquisa está em estágio inicial, mas concentrações crescentes dessas substâncias já foram registradas na atmosfera superior, especialmente em áreas com alta atividade de lançamento de satélites.

Em julho de 2024, um grupo de astrônomos americanos e europeus apresentou uma petição coletiva à FCC solicitando a suspensão temporária de novos lançamentos de satélites Starlink até que a avaliação de impacto ambiental desses projetos seja concluída. A nova liderança da comissão, formada após a chegada do Partido Republicano ao poder nos Estados Unidos, ainda não decidiu iniciar os estudos relevantes. A SpaceX alegou anteriormente que os riscos ambientais foram levados em consideração no desenvolvimento dos satélites Starlink desde o início, e que o design, os materiais utilizados e as trajetórias de saída de órbita foram especialmente calculados para que os satélites queimassem completamente na atmosfera.

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