A Hisense USA se encontra no centro de um processo judicial. A empresa supostamente engana os consumidores ao anunciar que suas TVs QLED usam tecnologia de pontos quânticos. No entanto, de acordo com o processo, os pontos quânticos em suas TVs estão ausentes ou não afetam a qualidade da imagem.

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Pontos quânticos são nanopartículas de materiais semicondutores, como seleneto de cádmio ou fosfeto de índio, com diâmetros que variam de 2 a 10 nanômetros. Seu tamanho determina diretamente o comprimento de onda da luz emitida, e seu comportamento sob a influência da radiação eletromagnética está sujeito às leis da mecânica quântica. Graças a essas propriedades, a tecnologia QLED oferece telas com uma gama de cores mais ampla e maior brilho em comparação às telas de LED tradicionais. As primeiras TVs com telas QD foram lançadas pela Sony em 2013 na série Bravia.
De acordo com um estudo de 2017 sobre telas de pontos quânticos, descobriu-se que os LCDs aprimorados por QD eram 26% mais eficientes do que as telas OLED devido à sua maior gama de cores. Em seus materiais de marketing, a Hisense afirma que suas TVs QLED com tecnologia Quantum Dot podem exibir mais de um bilhão de tons, proporcionando melhor reprodução de cores. Por exemplo, a descrição do modelo da série QD5 de 43 polegadas afirma: “A tecnologia QLED Quantum Dot expande drasticamente a gama de cores, criando mais de um bilhão de tons individuais”.
No entanto, uma ação coletiva movida contra a empresa em um tribunal de Nova York alega que a Hisense intencionalmente enganou os consumidores ao criar representações falsas sobre os recursos de suas TVs. Segundo os demandantes, a empresa os posiciona como dispositivos premium, vendendo-os a preços inflacionados. O processo também observa que a Hisense obteve lucros injustos ao vender modelos com especificações deliberadamente inflacionadas. O autor argumenta que, sabendo que a suposta tecnologia QLED não estava realmente presente, os compradores poderiam ter escolhido outros dispositivos ou se recusado a comprá-los.
De acordo com a reclamação, o problema afeta as TVs Hisense vendidas desde 2017 sob o selo QLED. Os modelos mencionados incluem QD5, QD6, QD65, QD7, U7 e U7N. Os demandantes alegam que todos esses dispositivos não possuem tecnologia de pontos quânticos ou usam níveis tão baixos de tecnologia de pontos quânticos que não oferecem a alegada melhoria na qualidade da imagem.
O processo dá ênfase especial ao fato de que o consumidor médio não pode verificar de forma independente a presença de pontos quânticos em uma TV. No entanto, alega o processo, o processo químico usado para produzi-los deixa marcadores específicos que tornam sua presença detectável. Ao mesmo tempo, os documentos judiciais não especificam se testes laboratoriais foram realizados para confirmar ou refutar essas acusações.
