A Agência Espacial Européia (ESA) está financiando vários estudos que examinam a possibilidade de usar sistemas de propulsão nuclear em foguetes para exploração do espaço profundo. O movimento das espaçonaves hoje é fornecido com a ajuda de reservas de combustível químico ou com o uso de energia elétrica de bateria ou energia solar. Ao mesmo tempo, tais métodos quase atingiram o limite de eficiência, e o uso de uma usina nuclear (NEP) tem o potencial de superar as limitações. Isso permitirá que a humanidade viaje mais longe do que nunca.

Fonte da imagem: ESA

Um dos estudos – PReliminary eurOpean reCKon on nuclear elecTric pROpulsion for space appLications (RocketRoll) está sendo conduzido por cientistas da República Tcheca e da Alemanha. Segundo os pesquisadores, os sistemas de propulsão nuclear podem ser mais eficientes do que a propulsão química mais eficiente ou as opções movidas a energia solar – a energia atômica permitirá chegar a lugares inacessíveis a outras tecnologias, inclusive fora do sistema solar.

Novos métodos são extremamente importantes, pois a energia atômica não só proporcionará manobrabilidade no espaço, como também permitirá a criação de módulos habitacionais e bases na Lua e em locais mais distantes, inclusive Marte – haverá necessidade de entregar muitos materiais para construção, o que é difícil com as tecnologias existentes. Segundo os cientistas, a principal vantagem das reações atômicas sobre as químicas é sua eficiência desproporcionalmente maior e, em comparação com as usinas baseadas em células solares, as atômicas não precisam de luz solar. Isso é extremamente importante para viagens longas com grandes cargas úteis e exploração além da órbita de Marte.

Os cientistas e engenheiros da RocketRoll nos próximos 11 meses desenvolverão estudos de viabilidade para o Programa Preparatório de Lançadores Futuros da ESA (FLIPP) e determinarão os benefícios de usar o rebocador NEP em comparação com os sistemas de propulsão clássicos. Segundo os cientistas, o objetivo do estudo é estudar a possibilidade de usar combustível nuclear para logística espacial e missões de pesquisa. Além disso, os cientistas revisarão a atual experiência européia, tecnologias e capacidades de produção para o desenvolvimento de espaçonaves movidas a energia nuclear. Desde o início, eles deverão levar em consideração os requisitos especiais de segurança de tais instalações.

Acredita-se que, graças à tecnologia moderna, a ideia de criar motores atômicos finalmente adquiriu relevância na Europa em comparação com desenvolvimentos anteriores desse tipo. Espera-se que os resultados do projeto RocketRoll sejam apresentados já no próximo ano, possam formar a base de futuros programas da ESA, e os primeiros NEPs possam começar a ser colocados em operação até 2035.

Sabe-se que a NASA tem seu próprio programa de pesquisa relacionado ao possível uso de foguetes em usinas nucleares. A agência está em parceria com os militares, DARPA, para desenvolver um motor térmico nuclear que possa ser testado no espaço já em 2027.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *