O serviço de mensagens criptografadas Signal é extremamente popular entre usuários que se preocupam com a privacidade de suas comunicações. Ele foi baixado por mais de 100 milhões de usuários e seus apoiadores incluem figuras como Edward Snowden e Elon Musk. Mas, na realidade, o mensageiro pode não ser tão confiável – um dos motivos de dúvida é a figura da presidente do conselho da Signal Foundation, Katherine Maher, escreve o recurso City Journal.

Fonte da imagem: Mika Baumeister / unsplash.com

A plataforma é gerenciada pela organização sem fins lucrativos Signal Foundation, e a tecnologia subjacente foi inicialmente financiada por uma doação de US$ 3 milhões do Open Technology Fund (OTF), controlado pelos EUA. Esta última, por sua vez, desmembrou-se da Rádio Free Asia, criada durante a Guerra Fria para propaganda anticomunista. A OTF financiou a Signal para fornecer “ferramentas de comunicação móvel criptografadas para defensores da liberdade de Internet em todo o mundo”.

Acredita-se que exista uma ligação profunda entre a OTF e a inteligência americana. Com o tempo, a OTF assemelha-se cada vez mais a uma iniciativa do “Departamento de Estado, que planeava utilizar projectos de Internet aberta criados por hackers como ferramentas para [implementar] os objectivos da política externa americana”. Se isto for verdade, então a interferência das autoridades dos EUA nas atividades da Signal não pode ser descartada.

Catarina Maher. Fonte da imagem: signalfoundation.org

Outro possível problema é a figura da atual Presidente do Conselho da Fundação Signal, Catherine Mar, que anteriormente participou em operações de mudança de regime em vários países, incluindo os acontecimentos da Primavera Árabe, quando liderou iniciativas de comunicações digitais no Médio Oriente e Norte da África. Ela estabeleceu relações com dissidentes e usou a tecnologia americana para organizar “revoluções coloridas”.

Em 2016, tornou-se CEO da Wikimedia Foundation e, em 2024, chefiou a Rádio Pública Nacional dos EUA. Na Wikipédia, Mar se retratou como uma ativista contra a “desinformação” e admitiu que a censura online na plataforma foi coordenada em “conversas com o governo”. Ela apoiou abertamente a remoção de plataformas digitais de supostos “fascistas”, incluindo o ex-presidente dos EUA Donald Trump, e chamou a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão no país, o “problema número um” na eliminação “informações ruins”.

Meredith Whittaker assumiu como presidente da Signal Foundation em 2022, contratando Mar para atuar como presidente do conselho porque ambos são afiliados à OTF. A própria Whittaker é uma figura difícil: em 2018, enquanto ocupava um cargo sénior na Google, provocou uma paralisação na empresa, exigindo a introdução de uma política MeToo e a criação do cargo de diretora de diversidade.

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