Quando a Xiaomi abriu as encomendas do seu primeiro carro elétrico, o SU7, na primavera passada, alguns clientes foram solicitados a esperar até oito meses. A situação com o crossover YU7, recentemente revelado, tornou-se mais tensa: ao encomendar o novo modelo, o aplicativo proprietário da Xiaomi pede aos clientes que esperem 60 semanas — mais de um ano — pela entrega.

Fonte da imagem: Xiaomi
A diretoria da Xiaomi enfatizou anteriormente que o interesse pelo crossover YU7, em seu estágio inicial de vida, supera em três vezes a popularidade do sedã SU7. Espera-se também que o novo modelo leve todo o negócio de veículos elétricos ao ponto de equilíbrio até o final do atual (segundo) semestre do ano. Como observado anteriormente, nas primeiras 18 horas desde o início das inscrições para o YU7, cerca de 240.000 unidades foram transformadas em pedidos com garantia de pagamento antecipado.
Inicialmente, os candidatos eram obrigados a fazer um depósito de quase US$ 700, que poderia ser sacado nos primeiros sete dias após o envio da inscrição. Depois disso, se recusassem a comprar o carro, o depósito não poderia mais ser devolvido. Essas medidas visavam proteger o mercado de especuladores e daqueles que vendiam vagas na fila, já que a Xiaomi também proibia o recadastramento de inscrições para outras pessoas. No entanto, na prática, essa abordagem causou uma onda de descontentamento, já que nem todos os candidatos perceberam, no momento do depósito, que teriam que esperar de 38 a 68 semanas pelo carro encomendado. De acordo com a Reuters, mais de 400 reclamações na plataforma Black Cat mencionam o inconveniente criado pela Xiaomi e seus autores exigem reembolso. Eles alegam que os períodos de espera só foram exibidos no aplicativo da Xiaomi após o depósito ter sido pago.
Alguns clientes estão preocupados com a possibilidade de não poderem usufruir das deduções fiscais para a compra de veículos elétricos, que serão oferecidas na China até o final deste ano. Se o período de espera pelo YU7 exceder pelo menos seis meses, eles não poderão mais contar com esse benefício. Atualmente, segundo algumas estimativas, a Xiaomi é capaz de montar 28.000 veículos elétricos por mês, sendo a maioria sedãs SU7. A segunda fábrica, que entrará em operação nas próximas semanas, aliviará um pouco a fila, mas é improvável que resolva radicalmente o problema da escassez neste ano. Alguns dos futuros proprietários dos crossovers YU7 conseguiram reservar um entre centenas de carros quase prontos, fazendo um depósito não reembolsável de US$ 2.800, mas o número desses sortudos é objetivamente limitado.
