Honda Motor pretende reformular a cadeia de suprimentos como a Apple

Durante décadas, a Apple construiu seu relacionamento com os fornecedores de tal forma que conseguiu influenciar a “primeira linha”, muitas vezes por meio de participação no capital. A montadora japonesa Honda Motor parece estar tentando construir seus relacionamentos com fornecedores de componentes da mesma maneira, a julgar pelos exemplos recentes de sua atividade.

Fonte da imagem: Honda Motor

Primeiro, como lembra o Nikkei Asian Review, a Honda Motor anunciou recentemente sua intenção de participar do financiamento da construção de uma fábrica de baterias de lítio da marca GS Yuasa no Japão. Até o final de 2027, a joint venture poderá iniciar a produção em série de baterias, que no futuro chegará a 20 GWh por ano. A direção da Honda ficou muito satisfeita com o fato de as autoridades japonesas também estarem envolvidas no financiamento do projeto. Agora que o país não representa mais do que 10% da produção mundial de baterias de tração, a iniciativa da Honda ajudará em parte, se não aumentar essa participação, pelo menos mantê-la nesse nível.

Construir uma vertical na cadeia de abastecimento permite não só reduzir o custo de produção, mas também controlar da melhor forma a qualidade do produto. No final de março, a Honda anunciou que havia aumentado sua participação na fabricante de componentes de powertrain EV Hitachi Astemo de 33% para 40%. A montadora japonesa também anunciou sua intenção de participar ativamente do desenvolvimento de usinas de veículos elétricos.

Ao mesmo tempo, canais de comunicação estão sendo estabelecidos com a empresa taiwanesa TSMC, que produz produtos semicondutores por encomenda de desenvolvedores terceirizados. A Honda pretende negociar o fornecimento dos principais componentes diretamente com a TSMC. Em meio à crise pandêmica, tal abordagem teria permitido à Honda reduzir o impacto negativo da escassez de chips nos negócios, mas as conclusões são tiradas de qualquer maneira.

Em meados de abril, a Honda anunciou que estava fortalecendo sua parceria com a gigante siderúrgica sul-coreana POSCO. A montadora japonesa pretende receber mais metal da parceira coreana não só para a produção de elementos estruturais de carros, mas também para a produção de baterias de tração. A Honda está ampliando sua parceria com a trading japonesa Hanwa, que fornece à empresa os elementos necessários para a produção de baterias de tração.

No âmbito da Honda Motor, já foi criada uma unidade estrutural que desenvolverá veículos exclusivamente elétricos. Em algum momento, a liderança até quis dar total independência administrativa. Num futuro próximo, os problemas da empresa poderão passar quer pela baixa rentabilidade do core business, que mal ultrapassa 1% em termos de lucro operacional, quer por alguma quebra na procura dos produtos da marca no mercado chinês, onde em no primeiro trimestre, a receita da empresa caiu 38% em relação ao ano anterior.

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