As baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP) são mais baratas, mas ainda inferiores às de níquel, manganês e cobalto (NMC) em termos de densidade de armazenamento de carga, o que é crítico para a gama de veículos elétricos fornecidos. A empresa chinesa Gotion Hi-Tech está confiante de que até 2030 será capaz de dobrar a densidade de armazenamento de carga de suas baterias LFP, até 300 Wh/kg.

Fonte da imagem: General Motors

Para efeito de comparação, a densidade de armazenamento de carga nas baterias de tração Tesla LFP, que são produzidas para carros montados na China pela empresa local CATL, atualmente não ultrapassa 160 Wh/kg, e a Gotion Hi-Tech já está pronta para produzir baterias com carga densidade de armazenamento de 230 W. ‧h/kg. Os produtos da empresa são conhecidos por serem usados ​​pela joint venture GM-SAIC para produzir os famosos veículos elétricos econômicos compactos Wuling Hongguang Mini EV (foto acima), que na China custam a partir de US$ 4.500 e oferecem um alcance de cerca de 200 km.

O segredo do progresso da Gotion Hi-Tech no aumento da densidade de carga das baterias LFP está na alteração da composição química dos eletrodos das baterias de tração. Por um lado, o silício é usado em vez de grafite nos eletrodos negativos e o teor de lítio é aumentado. Por outro lado, o manganês é adicionado aos eletrodos positivos, o que eleva a tensão de operação em 15% em relação aos 3,2 V usuais para baterias LFP.

Do progresso da Gotion Hi-Tech, a montadora alemã Volkswagen, que detém 26% de participação nesta fabricante chinesa de baterias, também deve se beneficiar. São baterias LFP que a Volkswagen deve começar a produzir em uma fábrica na Alemanha, que será construída até 2025. A Gotion H-Tech ajudará o parceiro alemão a lançar a produção de veículos elétricos no valor de cerca de 20.000 euros, que poderão percorrer mais de 400 km com uma única carga.

Até recentemente, as baterias NMC eram 30% mais caras de fabricar, mas agora a diferença entre elas e as contrapartes LFP foi reduzida para 17%. Isso força os fabricantes deste último a buscar maneiras de aumentar a densidade de armazenamento de carga, já que a autonomia é crítica para veículos elétricos, desde que não haja vantagem clara de preço. De acordo com algumas previsões, até 2030, as baterias LFP serão utilizadas em 38% dos novos veículos elétricos oferecidos no mercado mundial. Isso é 16 pontos percentuais a mais do que em 2020.

Conforme observado pelo Nikkei Asian Review, as montadoras japonesas ainda desconfiam das baterias LFP, pois aumentam o peso do veículo mais do que as contrapartes da NMC. A Nissan e a Honda, em particular, estão apostando em baterias de estado sólido que aumentarão o alcance sem aumentar a massa dos veículos elétricos. A Toyota espera introduzir essas baterias na produção em massa na primeira metade desta década, mas os principais concorrentes terão que esperar até a segunda.

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