Ao contrário da rival sueca Ericsson, a Nokia não divulga o número de funcionários em suas demonstrações financeiras trimestrais. No ano passado, a empresa conseguiu esconder o motivo da redução dos custos laborais em 500 milhões de euros. No entanto, a partir do último relatório anual divulgado pela Nokia, soube-se que em 2019 a empresa cortou quase 5.000 funcionários. Outros 6.000 trabalhadores foram dispensados em 2020.
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O relatório mostra que a empresa cortou 11.044 funcionários em dois anos. Como resultado, o número total de funcionários da Nokia em 2020 era de 92.039. Com isso, o quadro de funcionários da empresa diminuiu 11% em dois anos, o que dificilmente sinaliza algo bom. A análise regional mostra que o maior número de demissões ocorreu nas divisões chinesas da Nokia. Só no ano passado, o número de funcionários da empresa na China caiu 12% para 13.749 pessoas. Isso é quase 3.500 trabalhadores a menos do que em 2018. A força de trabalho da empresa nas Américas diminuiu 9% em 2020.
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É importante notar que a Nokia não mencionou dispensas no relatório. Em vez disso, a empresa deu uma redação um tanto vaga: “Nos últimos anos, à medida que ajustamos nossa estratégia de acordo com os objetivos de negócios e áreas de atuação, o número de nossos funcionários tem flutuado.” Entre outras coisas, é preocupante que o último plano de economia da Nokia tenha levado a cortes significativos nos custos de pesquisa e desenvolvimento. Depois de cerca de 4,5 bilhões de euros foram investidos nesta direção, o orçamento foi cortado em 450 milhões de euros no ano passado. Além disso, a Nokia não tem as melhores perspectivas no mercado 5G e os investidores temem que a empresa perca competitividade. Também é importante notar que as perdas líquidas da empresa nos últimos três anos ultrapassaram os 3 bilhões de euros.