No outro dia, a NASA fez uma declaração oficial, confirmando a descoberta por arqueólogos subaquáticos de um dos maiores fragmentos do ônibus espacial Challenger, que explodiu durante a decolagem em 28 de janeiro de 1986. O desastre custou a vida de sete astronautas e se tornou o evento mais dramático para as pessoas da época, porque aconteceu ao vivo.
O ônibus espacial explodiu antes de atingir a órbita no segundo minuto de seu vôo, de modo que seus detritos foram espalhados principalmente sobre o oceano. Não foi possível recolher todos os restos do navio, e a atual descoberta também foi feita por acaso. Uma equipe de arqueólogos do History Channel vasculhou o oceano em busca de um avião da Segunda Guerra Mundial. Mas mergulhadores tropeçaram no fundo de um grande objeto de até 6 m de comprimento, que lembrava a pele de uma nave espacial, pontilhada com telhas térmicas de 20 cm.
A NASA estudou os dados transmitidos a eles e determinou inequivocamente que isso fazia parte do Challenger. A maioria dos detritos coletados deste ônibus espacial está enterrado nos silos de foguetes abandonados da Estação da Força Espacial em Cabo Canaveral. Antes da nova descoberta, foram coletadas 107 toneladas de detritos – isso é 47% da massa do navio e dos propulsores. Tudo isso permanece propriedade federal. O fragmento encontrado do ônibus espacial também pertence ao estado, embora a NASA ainda não tenha decidido seu destino.
O desastre do Challenger foi causado pela negligência dos serviços responsáveis da agência. Muito depois desse incidente, outro ônibus espacial, o Columbia, caiu. Ele desmoronou ao pousar em 2003, levando a vida de cinco astronautas com ele. Ambos os desastres, de uma forma ou de outra, forçaram a NASA a reduzir o programa de ônibus orbital e passar a entregar astronautas ao espaço, primeiro pela russa Soyuz e, mais recentemente, pelas naves SpaceX.