A União Europeia recuou, embora não completamente, na sua tentativa de introduzir o chamado regulamento “Chat Control”, que exigiria que as plataformas digitais analisassem automaticamente todas as comunicações pessoais em busca de material de abuso sexual infantil (CSAM).

Fonte da imagem: ALEXANDRE LALLEMAND/unsplash.com

A Dinamarca, que imediatamente reapresentou o Projeto de Lei de Monitoramento de Chats após assumir a Presidência da UE, foi forçada a recuar sob pressão de vários Estados-membros, incluindo a Alemanha, anunciando que a conformidade com a regulamentação não seria obrigatória e seria adotada voluntariamente por cada país.

De acordo com o Ministro da Justiça dinamarquês, Peter Hummelgaard, “o novo acordo não incluirá ordens de detecção obrigatórias, mas permitirá que as empresas de tecnologia continuem a buscar voluntariamente material ilegal”.

O desejo dos autores do projeto de lei de introduzir a vigilância total das comunicações dos cidadãos, embora bem-intencionado, foi duramente criticado por governos, especialistas em direitos digitais e defensores da privacidade, que alertaram que a iniciativa representa um claro risco de “vigilância em massa” das comunicações pessoais de milhões de europeus, segundo o The European Conservative.

Os críticos da legislação, originalmente proposta pela Comissão Europeia em 2022, apelidaram-na de “lei de espionagem digital”. Alemanha, Áustria e Holanda se opuseram veementemente aos planos da Comissão Europeia de exigir que serviços criptografados como WhatsApp, Signal e Telegram analisem imagens, vídeos e mensagens em busca de possíveis abusos, argumentando que isso viola princípios fundamentais da legislação europeia de privacidade e proteção de dados.

Essa flexibilização foi saudada como uma grande vitória para as liberdades civis e a privacidade digital. No entanto,A Presidência dinamarquesa não descarta a possibilidade de retomar sua proposta de regulamentação das salas de bate-papo após garantir a maioria necessária no Conselho da Europa.

A julgar por este episódio, alguns governos da UE — neste caso, liderados pela Alemanha e apoiados por vários países do norte e do leste — ainda são capazes de impedir os excessos tecnocráticos de Bruxelas, escreve o The European Conservative, observando que as instituições da UE raramente abandonam seus projetos. Elas simplesmente os adiam até obterem apoio político suficiente.

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