O governo britânico de Keir Starmer está tentando encontrar uma solução para sua disputa com o governo de Donald Trump sobre as exigências para que a Apple forneça acesso a dados criptografados de usuários. Londres provavelmente será forçada a recuar sob pressão de Washington, informou o Financial Times, citando duas autoridades britânicas de alto escalão.

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Em janeiro, o Ministério do Interior do Reino Unido solicitou à Apple a criação de um backdoor para permitir que autoridades policiais e serviços de segurança acessem seu armazenamento seguro em nuvem, ao qual nem mesmo a própria empresa tem acesso total. Isso foi feito por meio de um “aviso de viabilidade” especial, previsto na Lei de Poderes Investigativos. Mas o governo britânico agora se encontra em uma posição difícil, pois a medida pode dificultar a obtenção de acordos de tecnologia entre os países. Uma autoridade observou que a questão da criptografia se tornou um obstáculo para os EUA, que não estão dispostos a permitir interferência externa no trabalho de suas empresas de tecnologia.
A Apple se recusou a cumprir, encerrando seu serviço de armazenamento em nuvem seguro no Reino Unido em fevereiro e posteriormente contestando a decisão do Ministério do Interior. O WhatsApp, do Meta✴, aderiu, em um raro exemplo de cooperação entre rivais do Vale do Silício.
A situação se complica com a reação contundente dos EUA. Donald Trump comparou as exigências de Londres à Apple aos métodos da China e disse ter alertado pessoalmente Starmer contra tais ações. Ao mesmo tempo, a Diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, classificou a decisão como uma grave violação da privacidade americana, que poderia comprometer o acordo sobre transferência de dados entre os países.
O Ministério do Interior do Reino Unido afirmou anteriormente que tais medidas são usadas apenas em casos envolvendo crimes graves e são acompanhadas por controles rigorosos. No entanto, de acordo com um funcionário, o departamento está agora em uma situação difícil e busca uma solução. A Apple, por sua vez, afirmou anteriormente, em fevereiro de 2025, que nunca criou e não criará backdoors em seus produtos.
As autoridades britânicas estão avançando com os procedimentos legais, mas não há consenso dentro do governo sobre como proceder. Enquanto isso, uma autoridade afirmou que o vice-presidente dos EUA, James David Vance, classificou a situação como “muito preocupante e urgente”.
