Apple acusado de espionar proprietários de iPhone

A organização sem fins lucrativos NOYB (None Of Your Business), sediada em Viena, entrou com uma ação na Alemanha e na Espanha para proibir o serviço Identifier for Advertisers (IDFA) da Apple, alegando que permite que a empresa recupere e armazene dados do usuário sem o seu consentimento, em violação do direito europeu.

REUTERS / Andrew Kelly

Esta é a primeira ação séria contra uma empresa de tecnologia dos EUA por violar as leis de privacidade da União Europeia.

Cada iPhone que a Apple vende tem um identificador único que permite aos anunciantes rastrear a atividade do usuário ao usar os aplicativos.

«Por meio de nossas reivindicações, queremos impor um princípio simples: os rastreadores são ilegais se o usuário não der o seu consentimento ”, disse o advogado da NOYB Stefano Rossetti. “Os smartphones são os dispositivos mais pessoais para a maioria das pessoas e não deveriam ter rastreadores por padrão.”

Os desenvolvedores de aplicativos usam o IDFA para ajudar a direcionar anúncios aos usuários e rastrear o desempenho dos anúncios em vários dispositivos. É relatado que no próximo ano a Apple exigirá que os aplicativos solicitem o consentimento do cliente antes que o IDFA possa ser usado no iOS 14 para rastrear o comportamento e as preferências do usuário em aplicativos e sites para fins de segmentação de anúncios.

Isso foi anunciado em junho com o lançamento do iOS 14 e, originalmente, esperava-se que entraria em vigor com uma atualização do sistema operacional móvel, mas a Apple decidiu adiar a adição da Proteção contra Rastreamento até 2021 para “dar aos desenvolvedores tempo para fazer as mudanças necessárias.” …

A decisão veio depois que grandes desenvolvedores de aplicativos e redes de anúncios como o Facebook se opuseram à inclusão do recurso, e a rede social alertou seus anunciantes parceiros que isso poderia levar a uma queda de mais de 50% nas receitas dos editores da Audience Network. A Apple também enfrentou processos antitruste de anunciantes franceses que afirmam que a inclusão do recurso pode levar a uma queda acentuada em suas receitas.