Após a pandemia, a procura de eletrodomésticos na China nunca conseguiu recuperar ao nível desejado, pelo que as autoridades locais começaram a subsidiar a compra de eletrodomésticos e automóveis pela população chinesa no ano passado. O programa será expandido para smartphones, tablets e smartwatches este ano, disseram autoridades esta semana.
Com estas medidas, as autoridades chinesas procuram estimular o consumo de bens no mercado interno, uma vez que os fabricantes chineses têm de enfrentar vários tipos de obstáculos no mercado externo, como direitos de protecção sobre produtos chineses, que só aumentarão com Donald Trump chegada ao poder nos Estados Unidos. O governo chinês está a preparar-se para estes impactos externos, preferindo estimular a procura no mercado interno do país. Este tema tornar-se-á uma prioridade para as autoridades chinesas em 2025, como explica a Bloomberg.
A falta de progresso tecnológico em termos de funcionalidade também levou à estagnação no segmento de smartphones e, embora a tendência ascendente do preço médio de venda tenha continuado, os compradores têm optado por um modelo há mais tempo, o que reduziu o volume de negócios do mercado. O governo chinês pretende alocar recursos captados através da colocação de títulos públicos com vencimentos extra-longos para este programa. No total, está previsto arrecadar pelo menos US$ 41 bilhões.
Ao mesmo tempo, os fabricantes chineses serão incentivados a atualizar os seus equipamentos; este programa abrangerá também o setor agrícola. É digno de nota que algumas regiões chinesas já lançaram os seus próprios programas de troca de dispositivos pessoais, como smartphones, no final do ano passado, mas este ano o programa está a atingir o nível nacional. As autoridades chinesas têm experiência na concessão de tais subsídios. No final de 2007, foram introduzidos para combater a crise financeira global e abrangiam os residentes das zonas rurais, permitindo-lhes comprar eletrodomésticos, computadores e automóveis em condições mais favoráveis. Este programa só deixou de funcionar em 2013.