A Rabbit, startup especializada em tecnologias de inteligência artificial, apresentou o dispositivo R1 na CES 2024. Ele gerencia aplicativos móveis usando algoritmos de IA e ainda não está posicionado como um substituto para um smartphone, mas no futuro poderá se tornar um. O Coelho R1 custa US$ 199.

Fonte da imagem: Coelho

O Rabbit R1 é um gadget independente com tela de 2,88 polegadas, uma câmera giratória para tirar fotos e vídeos e uma roda de rolagem para navegação e comunicação com o assistente de IA integrado do dispositivo. O gadget está equipado com um processador MediaTek com frequência de clock de 2,4 GHz, 4 GB de RAM e um drive integrado de 128 GB – tudo isso embalado em um case atraente projetado pelo popular estúdio Teenage Engineering. A capacidade da bateria não é especificada, mas o chefe da startup, Jesse Lyu, garantiu que ela durará “o dia todo”.

A plataforma de software é Rabbit OS com algoritmos de IA integrados. A maioria desses produtos lançados hoje é baseada em grandes modelos de linguagem como o que alimenta o ChatGPT, mas este usa um Large Action Model (LAM) – uma espécie de ferramenta universal de gerenciamento de aplicativos, que lembra o espírito dos assistentes de voz Alexa e do Google Assistant. O Rabbit OS permite controlar músicas, pedir táxi e entrega de comida, enviar mensagens e realizar outras operações por meio de uma única interface. Nenhuma calibração ou logins de conta adicionais são necessários – basta perguntar ao dispositivo o que é necessário. A interface na tela é representada por um conjunto de cartões por categoria: música, transporte, chats de vídeo e muito mais. Na verdade, a tela é necessária para controlar o funcionamento do aparelho.

Rabbit não terá que criar um monte de APIs e tentar convencer os desenvolvedores a oferecer suporte ao R1 – a empresa adotou uma abordagem fundamentalmente diferente, ensinando o sistema a usar os serviços existentes por conta própria. A LAM foi treinada trabalhando com aplicativos como Spotify e Uber: a IA mostrou como funcionam. Foi assim que a LAM aprendeu como é o ícone de configurações, como descobrir a confirmação do pedido e onde está localizada a barra de pesquisa. Este conhecimento pode ser aplicado a qualquer aplicação, por isso o Rabbit R1 oferece uma interface universal para produtos existentes.

O dispositivo oferece um modo especial de treinamento manual, ou seja, o dispositivo pode aprender algumas operações de forma independente. Por exemplo, mostre a ele como iniciar o Photoshop, selecionar a marca d’água e excluí-la. O dispositivo processará a solicitação em 30 segundos, após os quais poderá remover marcas d’água de forma independente. Algumas coisas são feitas no próprio Rabbit R1, e para outras operações você terá que visitar o portal Rabbit Hole, onde poderá fazer login em todos os serviços necessários, bem como baixar a máquina virtual Rabbit e treiná-la lá.

Em outras palavras, os desenvolvedores do Rabbit R1 não estão tentando forçar alguém a oferecer suporte ao próximo sistema operacional – isso nem sempre é possível, mesmo para gigantes da tecnologia. Em vez disso, a IA foi treinada para trabalhar com aplicativos existentes. Rabbit OS é para aplicativos a mesma interface universal que ChatGPT pode ser para pesquisa na web. O custo do dispositivo é relativamente baixo – é de US$ 199. Mas ainda não está claro como o desenvolvedor o posiciona: apesar da operação autônoma, do suporte para cartões SIM e da capacidade de fazer chamadas de áudio e vídeo, o Rabbit R1 não é um telefone, mas também não pode ser classificado como um assistente de voz clássico. Pode ser um concorrente direto do dispositivo Humane AI Pin, mas não requer assinaturas caras. As entregas do Rabbit R1 começarão em março.

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