Mais de dois terços da receita da Apple no último trimestre fiscal vieram da venda de dispositivos, com a participação do iPhone na receita trimestral caindo para 47%, mas ainda perto da metade. Entre os impulsionadores do crescimento de 10% na receita no período do relatório, a Apple conseguiu destacar o mercado chinês, o iPhone 16 e até mesmo as chamadas “tarifas de Trump”.

Fonte da imagem: Apple

Não é segredo que, diante da ameaça de impostos de importação mais altos sobre eletrônicos chineses nos Estados Unidos, a Apple tem importado ativamente smartphones montados na Índia nesta primavera, o que fez com que este país se tornasse o maior fornecedor desse tipo de produto para o mercado americano no segundo trimestre. Além disso, a empresa ainda não foi afetada pelas últimas mudanças desfavoráveis na política alfandegária dos EUA, portanto, essa tendência provavelmente continuará por algum tempo.

Enquanto a receita geral da Apple cresceu 10%, para US$ 94 bilhões no último trimestre, a maior variação desde dezembro de 2021, a receita principal da empresa no segmento iPhone aumentou 13%, para US$ 44,58 bilhões, superando significativamente as expectativas dos analistas. A receita total da Apple também superou as expectativas. No trimestre atual, a empresa espera que a receita cresça 13% e mantenha sua margem de lucro na faixa de 46% a 47%, mesmo considerando o impacto do aumento de custos devido às mudanças na política alfandegária dos EUA.

Se em maio a administração da Apple esperava um prejuízo de US$ 900 milhões até o final do trimestre devido a tarifas alfandegárias, na prática esse valor estava limitado a US$ 800 milhões. No trimestre atual, esse valor aumentará para US$ 1,1 bilhão, conforme a expectativa da administração da Apple. A propósito, o crescimento de 10% na receita no último trimestre, em cerca de um ponto percentual, deveu-se ao desejo dos clientes de comprar produtos Apple antes da introdução do aumento das tarifas alfandegárias, como afirmou o CEO Tim Cook.

A receita do Mac cresceu 15%, para US$ 8,05 bilhões, superando as expectativas dos analistas, mas a receita do iPad caiu 8,1%, para US$ 6,58 bilhões. Os analistas esperavam mais (US$ 7,24 bilhões), e o lançamento de um iPad mais barato em março pouco contribuiu para reanimar o mercado. A receita de serviços aumentou 13%, para US$ 27,42 bilhões no último trimestre, graças em grande parte às assinaturas do iCloud e ao aumento da atividade de compras na App Store. Outros dispositivos, principalmente wearables, tiveram queda de 8,64% na receita principal, para US$ 7,4 bilhões no último trimestre, e também ficaram abaixo das expectativas dos analistas.

Geograficamente, a China viu a receita da Apple crescer 4,4%, para US$ 15,37 bilhões, após cair por sete trimestres consecutivos. De acordo com Cook, a reversão da tendência regional se deve aos subsídios locais fornecidos pelo governo chinês para a compra de smartphones por cidadãos em certas cidades, que foram recentemente estendidos aos produtos da Apple. Isso permitiu que o iPhone se tornasse um dos três smartphones mais populares nas principais cidades chinesas, e a China também estabeleceu um novo recorde no número de atualizações de modelos antigos de iPhone para novos. Além disso, os computadores Mac também foram populares entre os compradores chineses no último trimestre, com a receita de suas vendas crescendo mais de 10%. No caso de Mac, iPad e Watch, a maioria dos compradores na China estava comprando os produtos correspondentes da marca pela primeira vez no último trimestre.

Na Europa, a receita da empresa cresceu 9,7% em relação ao ano anterior, para US$ 24 bilhões; as Américas apresentaram crescimento de 9,3%, para US$ 41,2 bilhões; o Japão se destacou com crescimento de 13,4%, para US$ 5,8 bilhões; mas os líderes foram outros países da região Ásia-Pacífico, que aumentaram a receita da Apple em 20,1%, para US$ 7,7 bilhões.

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