A SpaceX apresentou uma análise de 16 páginas à Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC), que argumenta que a operação de satélites de comunicação Starlink com capacidade de conexão direta a smartphones comuns não interferirá nas redes celulares terrestres. A operadora do espaço pede ao departamento que lhe emita autorização para prestar serviços neste formato.
Um dos objetivos da FCC é eliminar conflitos nas comunicações de rádio nos Estados Unidos. No caso das redes celulares, o departamento garante isso emitindo licenças às operadoras para operarem em determinadas faixas em determinadas regiões. Algumas empresas expressaram preocupação com a possibilidade de as estações base orbitais da SpaceX interferirem nas redes terrestres. Em resposta, a FCC solicitou à operadora um relatório sobre as especificidades do funcionamento das comunicações móveis orbitais e, em particular, pediu que respondesse se poderia desligar satélites caso estes causassem interferências na faixa de 1,91 a 1,995 GHz.
No seu relatório, a SpaceX enfatizou que a interferência dos satélites seria “imprevista e improvável”. A empresa, disse ela, planejou cuidadosamente um sistema de acesso direto às estações base usando antenas phased array e software eficaz para controlar a direção do sinal, pelo que o impacto nas redes terrestres será limitado. Isso significa que o Starlink tem a capacidade de impedir que telefones não autorizados se conectem fora de sua área de serviço designada.
A SpaceX projetou o Starlink de forma que qualquer parte dele possa ser desligada, monitorando a cobertura em tempo real e fornecendo comunicações em qualquer número de regiões disponíveis. O documento inclui vários modelos Starlink que demonstram como a SpaceX pode configurar dinamicamente a rede para proteger outras operadoras. A empresa espera receber autorização da FCC para trabalhar neste formato no próximo ano. O projeto está sendo implementado em conjunto com a operadora terrestre T-Mobile. Numa fase inicial, as empresas oferecerão mensagens de texto e, até 2025, planeiam fornecer comunicações de voz a assinantes em regiões remotas.
A Apple foi uma das primeiras a oferecer conexão direta de smartphones a satélites com o lançamento do iPhone 14. Projeto semelhante foi desenvolvido pela Qualcomm e Iridium, mas por falta de demanda teve que ser encerrado antes do lançamento do primeiro compatível dispositivo.
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