No final do ano passado, descobriu-se que os chineses que controlavam a Tsinghua Unigroup não podiam pagar os juros dos fundos emprestados. Isso imediatamente colocou em risco as nascentes indústrias de memória NAND e DRAM da China. Como uma das medidas para quitar dívidas, a holding estuda a possibilidade de vender parte das ações de sua subsidiária mais “valiosa” – a Unisoc, que desenvolve SoC para smartphones e não só.
Segundo a agência de notícias japonesa Nikkei, Tsinghua já acertou com as autoridades a venda de parte das ações da Unisoc. Além disso, no ano passado, após a reestruturação da dívida, a Tsinghua reduziu sua participação na Unisoc de 57,1% para 38,5%. Desta vez, se os rumores se confirmarem, a Tsinghua reduzirá sua participação na subsidiária para cerca de 25%, o que significaria vender mais 10% das ações da Unisoc.
Outros grandes detentores de ações da Unisoc são o Big Fund da China, que é a principal fonte de financiamento para a indústria de semicondutores no país (possui 15,27% da Unisoc), Shanghai IC Industry Investment Fund (possui 4,09% das ações) e Intel (em Em 2014, ela investiu 5 bilhões na aquisição de 20% do capital da Unisoc, mas hoje possui 12,98% do capital).
Oficialmente, Tsinghua e Unisoc se recusaram a comentar as informações acima. Ao mesmo tempo, fontes afirmam que a Unisoc está traçando planos para se distanciar de Tsinghua e criar uma imagem de desenvolvedor SoC independente para o mercado móvel. Hoje, a Unisoc detém 4% do mercado de SoC móvel e está muito atrás dos líderes – Qualcomm e MediaTek. Mas, ao mesmo tempo, está gradualmente expandindo sua participação no mercado e uma maior independência pode beneficiá-la.
Quanto à Tsinghua Unigroup, a perda de uma parte significativa das ações da Unisoc é uma perda de ativos confiáveis, mas se tiver que pagar a dívida, a Tsinghua pode não ter outra escolha.