Literalmente em suas primeiras semanas como presidente dos EUA pela segunda vez, Donald Trump, com a participação de importantes representantes do empresariado americano e internacional, anunciou o lançamento do projeto Stargate, que envolve a construção de centros de processamento de dados nos EUA a um custo total de US$ 500 bilhões. A China pretende desenvolver sua própria infraestrutura de IA para alcançar os EUA.

Fonte da imagem: Huawei Technologies
A informação foi divulgada ontem pelo Financial Times. Segundo a fonte, uma ilha no Rio Yangtze está sendo convertida em um gigantesco data center, embora tenha sido usado anteriormente principalmente para fins agrícolas. O megacluster em Wuhu, na China, segundo o Financial Times, não será capaz de competir em escala com o Stargate americano, mas permitirá que o projeto se torne parte de uma iniciativa nacional para desenvolver infraestrutura de IA.
De acordo com a Epoch AI, os Estados Unidos respondem por quase três quartos do poder computacional mundial, enquanto a China responde por apenas 15%. Em março deste ano, as autoridades chinesas lançaram uma iniciativa para usar data centers existentes em áreas remotas da parte ocidental do país para treinar grandes modelos de linguagem. Novos data centers estão planejados para serem construídos mais próximos dos principais centros populacionais, pois serão especializados na chamada inferência — trabalhando com sistemas de inteligência artificial que envolvem a geração de inferências lógicas. A proximidade com a maioria dos consumidores acelerará a troca de informações, o que é importante neste caso.
Quatro data centers serão construídos na Ilha de Wuhu para fins relacionados, que serão utilizados pela Huawei, China Telecom, China Unicom e China Mobile, respectivamente. A infraestrutura de computação será desenvolvida principalmente nas imediações das principais cidades. Quinze empresas já construíram suas instalações de servidores em Wuhu, investindo um total de US$ 37 bilhões. As autoridades locais fornecem subsídios aos envolvidos nessas atividades, que podem cobrir até 30% dos custos associados.
Nestas condiçõesDevido às sanções americanas, as empresas chinesas são forçadas a depender de aceleradores produzidos localmente ou de componentes americanos importados dos EUA por meio de backdoors para a construção desses data centers. Representantes da Nvidia deixaram claro que não fornecerão cobertura de garantia para nenhum de seus produtos contrabandeados para a China.
Os esforços dos participantes do mercado para construir data centers em áreas remotas da China nem sempre foram bem-sucedidos, pois as empresas enfrentaram não apenas a escassez de pessoal de manutenção qualificado, mas também capacidade computacional insuficiente. Além disso, construídos parcialmente com financiamento de autoridades municipais, esses data centers não podem ser desmontados e transportados para outras regiões, sendo necessário encontrar melhores usos para eles dentro de suas capacidades existentes. As autoridades chinesas determinaram o uso de links de telecomunicações da China Telecom e da Huawei para conectar data centers distintos em uma única rede. Esse esquema já está em vigor para garantir redundância da capacidade computacional e operações ininterruptas.
Especialistas observam que consolidar vários data centers antigos em um único cluster é menos eficiente do que construir data centers maiores e mais modernos. Este último permite economias de escala. Atualmente, a Huawei está trabalhando ativamente em uma solução técnica para esse problema, distribuindo de forma otimizada a carga de computação e, assim, dobrando a eficiência do treinamento de grandes modelos de linguagem.
