O laboratório mais profundo do mundo começou a operar na China, informa a agência de notícias Xinhua. Uma sala de trabalho com volume de 300 mil m3 foi criada a 2.400 m de profundidade sob a cordilheira de Jinping. Muito poucas partículas do espaço penetram a tal profundidade, o que tornará possível realizar ali experiências físicas únicas e até mesmo procurar a indescritível matéria escura.
A primeira fase de construção do Laboratório Jinping foi concluída em 2010. Naquela época, o volume das instalações era de apenas 4 mil m3. A segunda etapa começou em 2020 e deu origem ao surgimento de uma gigantesca instalação com volume aproximado de 120 piscinas olímpicas. O laboratório tornou-se interdisciplinar, onde começaram a trabalhar equipes de físicos, astrofísicos, cosmólogos, geólogos e até médicos. Por exemplo, este último encontrou moléculas em profundidade adaptadas para existir em condições de baixa radiação de fundo – elas são valiosas como alvos moleculares para terapia anticâncer.
Mas os principais habitantes científicos do laboratório subterrâneo eram físicos. Em comparação com a superfície da Terra, aproximadamente um milionésimo das partículas do espaço penetram nessa profundidade. Portanto, para experimentos é possível criar um fundo muito sensível que não será obstruído por eventos “lixo”. Assim, como esperam os cientistas, isso facilitará a busca pela matéria escura, que não se manifesta de forma alguma no espectro eletromagnético e, portanto, não é detectada pelos métodos tradicionais.