O esboço da European Digital Markets Act (DMA) desta semana pode forçar grandes plataformas de gigantes da tecnologia Apple, Google e Facebook a tornarem suas decisões mutuamente compatíveis. Isso significa que os aplicativos de mensagens devem permitir interações com outros serviços.
Se uma empresa se qualificar como guardiã de acordo com os regulamentos da UE, ela pode estar sujeita a “medidas estruturais ou comportamentais” – tal empresa pode ser forçada a permitir interações com outros participantes ou ser multada. E, mais uma vez, essa empresa enfrentará restrições sobre o que pode fazer com os dados pessoais dos usuários.
O projeto de lei formula cuidadosamente os critérios pelos quais uma empresa passa a ser um “canal” em termos de atividades na UE, e as multas são calculadas em relação às receitas globais. A lei se aplica a empresas que fornecem “serviços básicos de plataforma” em pelo menos três países da UE com mais de 45 milhões de usuários mensais e 10.000 usuários comerciais. Em termos monetários, estamos a falar de 8 mil milhões de euros por mês na UE e uma capitalização bolsista de 80 mil milhões de euros.
A lei se aplicará a “serviços interpessoais independentes de número”, de modo que serviços que identificam usuários por número de telefone em vez de conta, como WhatsApp, Telegram e Sinal, podem evitar mudanças nos próximos um ou dois anos. Existem hoje serviços que podem interoperar com os protocolos proprietários de grandes serviços.
Não existem obstáculos técnicos para a compatibilidade do serviço. Por exemplo, o Apple iMessage originalmente usava o protocolo AOL OSCAR, enquanto a AOL permitia a autenticação usando credenciais do Gmail. Google Chat, Talk e Hangouts e Facebook Messenger usavam XMPP – e o Skype ofereceu um gateway para isso. Quanto aos sistemas baseados em números de telefone, já existe um padrão RCS, que agora está sendo desenvolvido.