A Meta Platforms Inc, dona do Facebook, nomeou meia dúzia de empresas privadas que prestam serviços para espionar usuários da rede social e plataformas relacionadas. Suas ações teriam afetado cerca de 50.000 pessoas no total.
A luta contra as empresas de espionagem faz parte de uma campanha mais ampla envolvendo gigantes da tecnologia americana, legisladores e até mesmo o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Por exemplo, no início deste mês, o Grupo NSO de Israel foi colocado na lista negra do Departamento de Comércio dos Estados Unidos por usar tecnologia de vigilância contra a “sociedade civil”. Meta já entrou com um processo contra a própria NSO, e um representante da gigante da tecnologia observou que o chamado. “Espionagem sob encomenda” é um fenômeno muito mais comum, e longe de uma empresa se dedicar a ele.
Um relatório da Meta indicou que a empresa congelou cerca de 1.500 contas operadas por sete organizações que operam no Facebook, Instagram e WhatsApp. Os espiões privados tinham como alvo pessoas de mais de cem países. A empresa optou por não expandir os métodos de identificação dessas contas.
Entre as empresas nomeadas está a Israeli Black Cube, que já atuou no interesse de Harvey Weinstein. A empresa usou identidades falsas para se comunicar com alvos monitorados e coletar seus endereços de e-mail, provavelmente para ataques de phishing subsequentes. A própria Black Cube nega tais alegações, alegando que a empresa opera dentro da estrutura das leis locais. Entre outros – o indiano BellTroX, o israelense Bluehawk CI e o European Cytrox – todos eles são acusados por Meta de atividade hacker.
Cognyte, que em fevereiro se separou da principal Verint Systems e da Israeli Cobwebs Technologies, não é acusado de hackear, mas de criar perfis falsos para enganar os usuários, a fim de enganá-los quanto aos dados pessoais.
Segundo Meta, que não nomeia diretamente os objetos de vigilância, as vítimas foram estrelas, políticos, jornalistas, advogados, funcionários do governo e até cidadãos comuns, e as atividades dos espiões afetaram não apenas os próprios “alvos”, mas também seus entes queridos.
Meta está agindo em coordenação com outros sites de mídia social – o Twitter anunciou a remoção de 300 contas poucas horas após o anúncio de Meta ter sido feito. Ao mesmo tempo, a empresa esclareceu que os alvos da espionagem receberão notificações automáticas adequadas, embora Meta não revele os nomes dos intérpretes e clientes.