O Facebook começou a adotar uma abordagem mais agressiva para conter grupos coordenados de contas que espalham informações destrutivas na plataforma. O programa é baseado na estratégia que os serviços de segurança costumam usar para detectar contas falsas.
A rede social intensifica o combate aos grupos de contas que manipulam o andamento dos debates públicos. Dado que as ações do Facebook estão sempre sob o escrutínio de forças políticas e grupos sociais, um novo programa de combate às violações das regras da plataforma pode ter consequências graves para o serviço.
A nova abordagem será usada para combater fenômenos negativos de vários tipos: às vezes, grupos coordenados de usuários enviam reclamações massivas sobre conteúdo que não viola nenhuma regra, o que leva ao bloqueio; a rede social também será capaz de resistir ao assédio em massa de usuários.
A experiência de combater contas falsas será estendida a usuários reais se grupos formados espontaneamente causarem “dano social coordenado”. Isso significa que a segurança do Facebook tem ferramentas à sua disposição para identificar marcadores de comportamento do usuário em massa e tomar medidas mais abrangentes do que bloquear postagens ou contas individuais.
Os especialistas em segurança do Facebook trabalham separadamente dos moderadores de conteúdo, o que a empresa foi forçada a fazer após a eleição presidencial de 2016 nos EUA. Quando as “fábricas de trolls” foram descobertas, o comportamento das contas falsas foi caracterizado como “mau comportamento coordenado” – exclusões massivas de contas agora são relatadas mensalmente. O serviço de segurança também luta contra outras ameaças, que não vêm necessariamente de contas falsas. Entre eles: operações de fraude, espionagem cibernética ou influência aberta realizadas, por exemplo, por meios de comunicação estatais.
De acordo com fontes da Reuters, os especialistas do Facebook já discutiram opções para intervir em caso de atividade massiva em contas reais. Em julho, soube-se da unidade de informações do exército vietnamita, que enviou queixas massivas sobre alguns relatos – durante a operação, alguns vietnamitas usaram seus nomes verdadeiros.
O Facebook é forçado a tomar medidas drásticas, apesar da pressão constante de reguladores, legisladores e até mesmo de seus próprios funcionários. Às vezes, a empresa é criticada por ser uma censura muito rígida, lutar contra os defensores conservadores e por medidas de coerção nem sempre justificadas. Mudar o foco para usuários reais levantará ainda mais questões sobre como as ações do governo podem influenciar o debate público, as iniciativas online e as táticas políticas gerais da empresa.