Reguladores europeus estão considerando uma proposta para multar a rede social X de Elon Musk em mais de US$ 1 bilhão, enquanto avaliam os riscos de um impasse com Musk e o presidente dos EUA, Donald Trump, relata o New York Times.

Fonte da imagem: ALEXANDRE LALLEMAND / unsplash.com
A Plataforma X enfrenta uma grande multa por violar a lei sobre materiais proibidos e desinformação, disseram quatro fontes à publicação. A medida provavelmente aumentará as tensões entre a Europa e os EUA porque Musk continua sendo um dos conselheiros mais próximos de Trump. Além da multa, a punição incluirá uma ordem de troca do produto. Espera-se que as medidas sejam anunciadas neste verão, marcando a primeira aplicação de uma nova lei da UE projetada para forçar as empresas de mídia social a exercer um controle mais rígido sobre suas plataformas.
Agora, as autoridades europeias estão tentando decidir qual multa impor à rede social X. Elas estão tentando avaliar os riscos de agravar ainda mais o impasse com Trump, que está endurecendo as regras comerciais e introduzindo tarifas. A multa pode ultrapassar US$ 1 bilhão porque os reguladores europeus querem tornar a medida exemplar e forçar outras empresas a levar a conformidade com a Lei de Serviços Digitais mais a sério.
A investigação sobre X está avançando independentemente das negociações tarifárias, de acordo com a Europa – ela foi iniciada em 2023, e no ano passado os reguladores emitiram uma decisão preliminar de que a plataforma havia violado a lei. As autoridades regionais e a administração X ainda podem chegar a um acordo se a empresa concordar em fazer mudanças que acalmem as preocupações das agências. A segunda investigação diz respeito às políticas de moderação do X, que, segundo autoridades da UE, a abordagem laissez-faire do governo permitiu que a plataforma se tornasse um ambiente propício para discurso de ódio, desinformação e outros conteúdos ilegais considerados prejudiciais à democracia no bloco de 27 países.

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A Comissão Europeia declarou que nenhuma multa de mais de US$ 1 bilhão está sendo preparada para X. A empresa, no entanto, emitiu uma declaração dizendo que a ação de execução contra ela seria um “ato sem precedentes de censura política e um ataque à liberdade de expressão”, e que faria tudo para proteger seus negócios e “defender a liberdade de expressão na Europa”. Musk já criticou as políticas europeias como uma forma de censura e declarou estar pronto para defender seu ponto de vista no tribunal, e as autoridades europeias sabem disso. Após a eleição de Trump, a UE suspendeu sua investigação sobre X e a retomou quando as tensões comerciais com os EUA aumentaram.
No ano passado, os reguladores europeus descobriram que X estava infringindo a lei ao não compartilhar dados com pesquisadores externos, dificultando o estudo de como a desinformação e o conteúdo ilegal se espalham na plataforma; a plataforma não oferece transparência suficiente em relação aos anunciantes; e não examina minuciosamente os usuários antes de dar a eles uma marca de verificação azul, tornando a rede social vulnerável a abusos e interferências estrangeiras.
O valor exato da multa X será anunciado juntamente com a decisão sobre a punição. A lei prevê um valor de até 6% do faturamento global do ano, mas os reguladores raramente atingem o valor máximo. Ao contrário das empresas públicas Google, Meta✴, Apple e Amazon, a X é privada e de propriedade exclusiva de Musk. Nesse caso, as autoridades poderiam recorrer à parte da lei que permite que as multas sejam equiparadas às de outras empresas controladas pelos proprietários, como a SpaceX. Como resultado, a multa pode chegar a US$ 1 bilhão.
A Comissão Europeia também pode multar a Meta✴ e a Apple por suposta violação da Lei de Mercados Digitais, que visa melhorar a concorrência no setor de tecnologia. Ao mesmo tempo, a Meta✴ está sendo investigada por suas medidas de proteção de menores. A postura dura da Europa em relação à indústria de tecnologia dos EUA pode ter influenciado o tamanho das tarifas que Trump impôs à maioria dos países nesta semana. Em fevereiro, a Casa Branca alertou a UE de que examinaria de perto ambas as leis em busca de qualquer pressão injusta sobre empresas americanas.
