O plano de Elon Musk para reduzir a dependência da rede social X das receitas publicitárias ainda não entrou em vigor. Pela primeira vez, uma assinatura paga, que na época se chamava Twitter Blue, foi lançada em 2021, e durante todo esse tempo a plataforma recebeu US$ 200 milhões dela, escreve o TechCrunch com referência às estatísticas do Appfigures.
O indicador é apresentado com algumas ressalvas. Esse valor é baseado apenas em compras feitas por meio do aplicativo móvel, e não nas versões web para celular ou desktop. Ou seja, a receita real provavelmente será maior porque as assinaturas da web são mais baratas. Depois, há as taxas da loja de aplicativos, que somam pelo menos US$ 140 milhões em receitas de assinaturas móveis, mas é provável que seja maior, já que a Apple e o Google estão cortando as taxas de 30% para 15% no segundo ano.
Em dezembro de 2022, a assinatura Twitter Blue foi relançada e, nos três meses seguintes, as receitas provenientes das aplicações móveis ascenderam a 11 milhões de dólares. Há um ano, a rede social, então rebatizada de X, lançou dois tarifários adicionais – Básico e. Premium Plus. Isso resulta em três planos: Básico por US$ 4 por mês pelo aplicativo e US$ 3 pela web, Premium por US$ 11 pelo aplicativo móvel ou US$ 8 pela web e Premium Plus por US$ 16 somente pela web. No final de setembro de 2024, X ganhou US$ 14,7 milhões por meio de compras no aplicativo em dispositivos móveis, de acordo com dados do Appfigures.
Como X é uma empresa privada, não é obrigada a divulgar o número de seus usuários e assinantes. Mas se assumirmos que esses fundos vieram apenas da assinatura X Premium mais cara disponível no aplicativo, então o número de usuários pagantes da plataforma é de 1,3 milhão; Se assumirmos que estes são apenas usuários X Basic com uma taxa de US$ 4, então o número de assinantes pagos é de 3,7 milhões. Na verdade, o plano mais popular é o Premium, seguido pelo Premium Plus, e o Basic é o menos popular. Supondo que 70% da receita venha do Premium, 20% do Premium Plus e 10% do Basic; então os usuários pagantes são distribuídos respectivamente em 940 mil, 134 mil e 368 mil. Com essa distribuição, em setembro, X conta com 1,4 milhão de usuários de assinaturas pagas. Curiosamente, do segundo ao terceiro trimestre, o volume de compras no aplicativo X aumentou 30%, de acordo com estatísticas do Appfigures.
Outras opções de compra no aplicativo, além das assinaturas premium da plataforma, são as assinaturas dos principais blogueiros. No ano passado, o usuário mais popular do X era o dono da plataforma, Elon Musk, com 155 milhões de seguidores, dos quais 40 mil pessoas ou 0,025% se inscreveram para uma assinatura paga. Hoje ele tem 200 milhões de seguidores; se assumirmos que a porcentagem de assinantes pagos é a mesma, então são 50 mil, o que, com um custo de assinatura de US$ 4 por mês, dá US$ 200 mil de lucro.
Na semana passada, X disse que começaria a pagar blogueiros com base no envolvimento de assinantes premium, em vez de compartilhar receitas de publicidade com eles, num esforço para aumentar o número desses assinantes. Considerando que os usuários do plano Premium Plus não veem nenhum anúncio, isso pode aumentar a receita dos blogueiros; embora a administração da plataforma tenha que fazer algo sobre a ameaça de clickbait ou conteúdo duvidoso.
Diante de tudo isso, vale lembrar que no primeiro semestre de 2024, a receita total da X foi de US$ 1,48 bilhão – valor que a empresa divulgou aos reguladores. Isso significa que o programa de assinatura ainda representa apenas uma pequena parcela da receita de X. Finalmente, certas ações da administração da plataforma forçaram alguns anunciantes a se recusarem a cooperar com ele, e agora a administração da empresa tem que negociar com eles sobre seu retorno – recentemente. conseguiu restabelecer relações com a Unilever.