A crise militar e política na região do Mar Vermelho impactou negativamente os projetos de infraestrutura de cabos submarinos. Segundo a eWeek, o projeto de cabo submarino mais longo do mundo, o Meta✴2Africa, o sistema GoogleBlue-Raman, o India-Europe-Xpress (IAX), o Sea-Me-We 6 e outros foram afetados pelos conflitos em curso.
Embora a Meta✴ já tenha anunciado a conclusão da infraestrutura básica do 2Africa, a eWeek afirma que o trecho sul do Mar Vermelho permanece muito perigoso para a construção. Problemas operacionais, obstáculos regulatórios e riscos geopolíticos são citados e não mostram sinais de arrefecimento. Alega-se que os rebeldes Houthi, que controlam parte da região, lançaram repetidos ataques com mísseis nos últimos dois anos, forçando embarcações a evitar zonas perigosas e impedindo a operação de navios de instalação de cabos.
Aproximadamente 17% do tráfego global de internet passa pelo Mar Vermelho, assim como mais de 90% das comunicações digitais entre a Europa e a Ásia. E a situação não está melhorando. Em 2024, quatro cabos submarinos foram danificados no Mar Vermelho, interrompendo 25% do tráfego de telecomunicações entre a Europa, a Ásia e a África. Há alguns meses, vários cabos foram danificados novamente, causando uma queda na qualidade do serviço no Oriente Médio e na Ásia. Outro cabo foi danificado na primavera.

Fonte da imagem: Sandro Gautier/unsplash.com
Diante dos crescentes riscos, as gigantes da tecnologia estão explorando alternativas terrestres dispendiosas para contornar completamente o Mar Vermelho, além de adquirir capacidade em outras rotas. Os atrasos na implementação de projetos estão limitando o desenvolvimento da internet de banda larga na região, que já sofre com a baixa qualidade do serviço. Estima-se que mais de 30 empresas de telecomunicações investiram mais de US$ 10 bilhões em instalações de cabos submarinos na região do Mar Vermelho entre 2000 e 2024, portanto, cada mês de atraso é muito significativo para elas.
A necessidade de reparos constantes também desempenha um papel importante. Segundo especialistas, o tempo médio de reparo de um cabo danificado é atualmente de cerca de 40 dias, mas essa capacidade ainda é insuficiente, considerando o rápido desenvolvimento das linhas de fibra óptica submarinas. Especialistas estimam que, entre 2025 e 2027, o número de cabos aumentará. Os investimentos apenas em novos projetos submarinos chegarão a aproximadamente US$ 13 bilhões, enquanto a frota está crescendo significativamente mais devagar do que o necessário.
Com o aumento das tensões, a criação de redes resilientes, capazes de suportar desastres naturais ou conflitos, mantendo sua funcionalidade, torna-se cada vez mais diversificada. A eWeek argumenta que a questão não é “se as vulnerabilidades serão testadas novamente?”, mas sim quando e se a rede global estará pronta. A TeleGeography noticiou a ameaça aos cabos no Mar Vermelho há quase dois anos — mesmo naquela época, não só a possibilidade de instalação de novas rotas digitais, mas também a manutenção dos cabos existentes na região estavam em dúvida.
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