A operadora de satélites SES concordou em comprar a Intelsat Holdings por 2,8 mil milhões de euros. O negócio cria um importante player europeu de comunicações por satélite, mas levantou preocupações dos investidores sobre a carga de dívida da Intelsat, levando as ações do comprador a um nível recorde.
Os operadores europeus de satélites procuram consolidar-se para melhor competir com projetos como o SpaceX Starlink e o Amazon Project Kuiper. Os analistas saudaram o desejo da SES de expandir as suas operações, mas também expressaram preocupações de que o acordo não colmatasse significativamente a lacuna com os concorrentes americanos e sobrecarregasse a SES com dívidas – como resultado, as ações da empresa cotadas em Paris caíram 12%, para 4,36 euros, um mínimo histórico. O processo começou na véspera, quando a mídia noticiou que as empresas haviam retomado as negociações de fusão – ontem os títulos da SES perderam cerca de 20%.
A nova empresa irá operar uma constelação de mais de 100 satélites em órbita geoestacionária e 26 veículos em órbita baixa da Terra. Em comparação, o Starlink possui atualmente cerca de 5.800 satélites. O negócio, aprovado por unanimidade pelos conselhos de administração das duas empresas, deverá ser concluído no segundo semestre de 2025 e será financiado através de caixa e nova dívida, incluindo obrigações híbridas.
Em 2022, SES e Intelsat passaram por processo de falência – as empresas já haviam negociado uma fusão antes, mas em meados de 2023 terminaram sem resultados. Quando questionado sobre o que mudou desde então, o CEO da SES, Adel Al-Saleh, disse que uma fusão é mais justificável do ponto de vista regulamentar do que uma aquisição; Outro fator foi a saída da Intelsat da falência. A nova empresa terá sede no Luxemburgo, mas manterá também uma presença significativa nos Estados Unidos.