A situação tensa em torno do serviço TikTok desenvolvido pela empresa chinesa ByteDance nos faz pensar sobre as formas futuras de desenvolver a rede global de informações. Os especialistas acreditam que as abordagens nacionais para o armazenamento de informações confidenciais contribuirão inevitavelmente para a separação dos países e a segmentação da Internet.
Especialistas do Eurasia Group e CIF compartilharam seus pontos de vista sobre este assunto com o CNBC. A China, disseram eles, há muito mostra uma tendência para filtrar os fluxos de informação. Os aplicativos do Google e do Facebook não funcionam totalmente neste país, os mercados locais são uma alternativa à Amazon. O tamanho da população permite que este país se mova “à sua maneira”, justificando os custos da criação de alternativas nacionais aos serviços estrangeiros.
Usando a situação com a proibição do TikTok nos Estados Unidos como exemplo, pode-se entender que os Estados Unidos também buscam controlar os dados sensíveis pertencentes aos seus cidadãos. Essa é a razão para a exigência de fornecer à Oracle a capacidade de processar e armazenar todas as informações dos usuários do TikTok nos Estados Unidos.
Os legisladores europeus têm experiência na formulação de regras comuns para os estados da região sobre o trabalho com dados de usuários; as autoridades da UE estão tentando alcançar uma abordagem unificada com os Estados Unidos na troca desses dados. Mesmo nesse caso, os reguladores têm reclamações sobre as abordagens de proteção de dados praticadas por contrapartes no exterior. As autoridades judiciais europeias acreditam que os Estados Unidos protegem menos os dados pessoais de abusos por parte das autoridades do país do que no Velho Mundo.
De acordo com especialistas, essas divergências inevitavelmente levarão a conflitos nos próximos anos. A China e a Rússia podem ser excluídas pelos países ocidentais do “clube dos estados de confiança”, uma vez que aderem aos seus próprios princípios de trabalho com dados pessoais e sua proteção. Os analistas do CIF acreditam que “países neutros” aparecerão na arena internacional, o que permitirá que terceiros estados armazenem informações confidenciais em seus próprios servidores, adequados para intercâmbio internacional. Esse papel, por exemplo, pode ser desempenhado pelos Emirados Árabes Unidos ou Cingapura, tornando-se uma espécie de “Suíça da informação”, se fizermos uma analogia com o setor bancário.
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