Na véspera da compra de frequências para comunicações sem fio na faixa de 50 MHz da operadora de telecomunicações EchoStar por US$ 17 bilhões, o presidente da operadora espacial, Elon Musk, fez uma série de declarações tradicionalmente ousadas sobre como esse recurso será utilizado. Segundo o empresário, a Starlink pode se tornar uma solução universal para conectividade – tanto em casa quanto fora do Wi-Fi.
A Starlink eventualmente combinará internet residencial com comunicações móveis, acredita Musk. Num futuro próximo, sua operadora não pretende tirar do mercado gigantes como AT&T, T-Mobile e Verizon – elas têm uma gama muito mais ampla de frequências nos EUA para chamadas telefônicas, envio de mensagens e streaming de vídeo. O empresário sorriu quando lhe ofereceram para se tornar proprietário da Verizon. “Não está descartado. Acho que pode acontecer”, disse ele.
O presidente da SpaceX falou sobre os planos de usar o espectro adquirido para os satélites Starlink, que ele chamou de “torres de celular no espaço” para conexão direta com telefones em terra. Dos 8.140 satélites da SpaceX em operação em órbita, 657 suportam conexão direta com dispositivos móveis — o restante é usado para os serviços de comunicação tradicionais da Starlink. “Este é um projeto de longo prazo. Ele ajudará a SpaceX a fornecer conexão de alta velocidade dos satélites diretamente para os telefones. Mas precisamos fazer algumas mudanças no hardware dos telefones”, comentou Musk sobre a compra do recurso de frequência da EchoStar. Para operar com essa faixa em dispositivos móveis, são realmente necessários chips com suporte para essas frequências, o que, segundo Musk, levará cerca de dois anos.Em julho, a SpaceX e a operadora terrestre T-Mobile lançaram o serviço T-Satellite, que fornececonexão com satélites Starlink em áreas onde a rede terrestre não funciona. Os assinantes da T-Satellite já podem enviar SMS e, a partir de outubro, haverá suporte para os serviços AccuWeather e AllTrails, WhatsApp Messenger e a rede social X.