Dispositivos habilitados para Bluetooth são onipresentes, mas seu uso é limitado pelo alcance fornecido pela própria tecnologia. A startup americana Hubble Network decidiu mudar radicalmente a operação do protocolo – a empresa decidiu construir uma rede de satélites à qual qualquer dispositivo habilitado para Bluetooth pode se conectar em qualquer lugar do mundo.
O objetivo final da empresa é criar uma constelação de 300 satélites que serão capazes de transmitir dados em tempo real para quaisquer sensores ou dispositivos com suporte a Bluetooth Low Energy (BLE). O Hubble oferece vários cenários para usar a rede global: sistemas de segurança infantil, monitoramento de carga e ambiental e muito mais. Algum dia, diz a empresa, mais de um bilhão de dispositivos serão conectados a essa rede.
Para implementar um projeto de tamanha envergadura, a empresa desenvolveu algumas “técnicas”, inclusive as que envolvem a diminuição da taxa de transferência de dados. O design da antena parabólica também foi revisado – existem várias centenas delas por dispositivo, o que permite que cada satélite atenda a vários milhões de clientes. Acontece algo como uma enorme lupa apontada para a superfície da Terra, explicou Hubble – esse sistema permite detectar, receber e decodificar sinais de rádio fracos de módulos Bluetooth a uma distância de cerca de 1000 km, ou seja, vários pedidos de magnitude mais longe do que com um chip terrestre padrão.
O primeiro lote de quatro satélites da Rede Hubble entrará em órbita como parte da missão SpaceX Transporter-10 em janeiro de 2024; no futuro, o lançamento dos aparelhos será financiado pelos primeiros clientes dos projetos-piloto. Os primeiros quatro satélites também fornecerão cobertura global, mas serão suficientes apenas para atualizar os dados do cliente a cada 6 horas. Nos próximos 4,5 anos, o Hubble espera expandir a constelação para 68 dispositivos – como resultado, o satélite passará sobre a cabeça de qualquer cliente a cada 15 minutos. Isso é suficiente para a “grande maioria” dos cenários, diz a empresa. Quando mais de um bilhão de dispositivos se conectarem à rede, os desenvolvedores poderão criar aplicativos impensáveis hoje.